Cássia Kis descobriu a poesia de Manoel de Barros (1916-2014) nos anos 80, encantou-se com sua obra e passou anos se correspondendo com ele. A imensa admiração se transformou em amizade e agora, depois de uma década longe do teatro, a atriz volta aos palcos para realizar um sonho: encenar um texto do escritor. Concebida a partir do autobiográfico Memórias Inventadas, de poesia em prosa, a peça Meu Quintal é Maior do que o Mundo tem direção de Ulysses Cruz, parceiro de Cássia há 40 anos, com quem ela divide também a estruturação do roteiro.
Meu Quintal é Maior do que o Mundo, para curtíssima temporada na Cidade das Artes, depois de arrebatar o público de São Paulo em janeiro e fevereiro, onde ficou em cartaz por quatro semanas. Depois, segue para turnê nacional. Cássia divide o palco apenas com Gilberto Rodrigues, que executa a música ao vivo em cena e também assina a direção e criação musical.
Projeto pessoal idealizado por Cássia Kis, Meu Quintal é Maior do que o Mundo não é um sarau ou declamação de poemas e sim uma encenação dramatúrgica. Não se configura como um espetáculo na estrita concepção do termo, mas de uma peça de teatro, por sua característica mais intimista. A relevância da montagem se dá tanto pela estreita ligação da atriz com Manoel de Barros como pela década que passou longe do teatro (sua última peça foi O Zoológico de Vidro, de 2009).