No ano em que completa 23 anos de atividade continuada, o premiado Núcleo OMSTRAB estreia seu 13º espetáculo. Encontros Improváveis, contemplado pela 23ª edição do Programa Municipal de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo.
Idealizado pelo fundador e diretor do núcleo, Fernando Lee, o espetáculo foi criado a partir de doze encontros com duplas de artistas de diversas áreas, como diretores teatrais, coreógrafos, músicos e poetas. Os experimentos cênicos e debates gerados durante esses encontros foram posteriormente estudados pelos integrantes e se tornaram material de inspiração para a criação cênica Encontros Improváveis. O espetáculo reflete a necessidade das parcerias, o comportamento crítico em relação ao trabalho do outro e também a como reagem os corpos em um momento político frágil e desestabilizado como o atual.
“Há uma integração dentro desse painel de diversos universos artísticos”, conta Fernando. O artista complementa que a obra é viva e terá adaptabilidade de acordo com as interações com o público. “Os artistas convidados influenciaram de diversas formas os ensaios, laboratórios, pesquisas e desenvolvimento do nosso próprio vocabulário de dança e música”.
Participaram dos encontros a atriz e diretora Georgette Fadel, o músico Gabriel Levy, o fotógrafo Gal Oppido, o rapper Luck Vas, o músico e pesquisador Loop B, o coreógrafo e diretor Jorge Garcia, a artista da voz Madalena Bernardes, o artista da dança Sandro Borelli, o diretor teatral Francisco Medeiros, a diretora e artista do corpo Isabel Tica Lemos, o diretor de arte Rodrigo Araujo, a coreógrafa e diretora Vera Sala, o pianista Benjamim Taubkin, o cantor e compositor Carlos Careqa e os artistas da dança e do teatro Maria Eugênia, Marcelo Bucoff, Leonardo Alkmim, Márcio Greyk, Augusto Pompeo, Vitor da Trindade, José Maria Carvalho, Rodrigo Matheus, Cristian Duarte e Célia Gouvêa.
Encontros Improváveis agrega ainda escolhas artísticas que fazem parte da trajetória do OMSTRAB, como a fusão da dança contemporânea com a música. O espetáculo terá seis artistas em cena – são três bailarinos, dois músicos e Fernando, que atuará nas duas frentes, além de também trazer elementos de teatro e textos para a cena. Musicalmente, Encontros Improváveis conta com trilha especialmente gravada para o espetáculo e música ao vivo, com violão e instrumentos de sopro (saxofone e clarinete), sendo os últimos executados pelo músico convidado Mario Aphonso III.
Para Fernando, o espetáculo não é uma resposta para o tempo que vivemos, mas sim um registro sobre a precariedade dele e a maneira frágil com que o corpo se relaciona com a realidade social, política e ecológica. “No trabalho também fica evidente como as parcerias e os encontros podem promover saídas e novas formas de produção de pensamento que se mostram a partir dessa fragilidade”, diz o artista.
Horários: Quinta à sábado: 20h – Domingo: 19h