Figura 1: Mubashshirat’s da Insônia – Ali do Espirito Santo Foto: divulgação
Hipocampo é um espaço virtual independente que tem como objetivo conservar e difundir, por meio de mostras permanentes, um acervo próprio que ultrapassa 270 peças, entre textos, vídeos, áudios, desenhos, ilustrações, fotografias, livros de artistas e outros materiais doados por mais de 40 colaboradores.
A primeira publicação impressa do Hipocampo, com 21 trabalhos de 12 artistas selecionados de seu acervo por Jurandy Valença e Maíra Endo, acontece dia 22 de julho, sexta-feira, a partir das 18h, no Espaço Cultural Marieta (Rua Dona Maria Paula, 96, ap. 2, Centro, São Paulo), com entrada gratuita mediante inscrição neste link. Dentre os artistas, estão Denilson Baniwa (Niterói), Irma Brown (Recife), Jeisiekê de Lundu (Salvador), Lucas Bambozzi (São Paulo), Ricardo Basbaum (Rio de Janeiro) e Waléria Américo (Fortaleza). O projeto gráfico é da artista e designer Daniela Brilhante, que atualmente mora em Berlim.
Além do lançamento da publicação, o público também poderá acompanhar a palestra Manutenção do Hipocampo: a preservação da produção artística contemporânea independente, apresentada por Camila Romano, museóloga coordenadora da Coleção de Arte da Cidade, abrigada pelo Centro Cultural São Paulo, e responsável pela recente formalização e catalogação do acervo Hipocampo.
Durante a palestra, Camila fala sobre a importância da preservação da produção artística contemporânea independente que, justamente por atuar à margem do circuito oficial e legitimador das artes, corre grande risco de não ser salvaguardada. Serão abordadas também as dificuldades de preservação de acervos de natureza digital dada sua efemeridade e a obsolescência tecnológica. Por fim, Camila conta como foi realizado o trabalho museológico com o acervo Hipocampo.
“A produção artística independente tem muita dificuldade de penetrar nos grandes acervos, conservados por instituições museológicas. O Hipocampo tem o objetivo de colaborar com a salvaguarda desta produção.”, afirma Maíra Endo, gestora, editora-curadora e produtora do espaço de arte independente Hipocampo.
Figura 2: Frenologia do artista – Alvaro Seixas Foto: divulgação
Sobre o Hipocampo
O Hipocampo não é um espaço de arte independente convencional porque não existe fisicamente. Criado anos antes da pandemia do Covid-19, em 2016, trata-se de um espaço virtual e multidisciplinar voltado para a construção de uma acervo público digital e sua difusão por meio de mostras permanentes, lançadas duas vezes ao ano e exibidas em seu website (hipocampo.art.br). Idealizado e organizado por Maíra Endo, o HIPOCAMPO está sediado em Campinas, São Paulo.
Hoje o acervo Hipocampo é formado por cerca de 270 peças, entre textos e vídeos em diversos formatos, áudios, desenhos, ilustrações, fotografias, livros de artista e publicações, de mais de 40 colaboradores de diferentes áreas artísticas, atuações e localidades. Dentre os colaboradores estão Alvaro Seixas (RJ), Ana Luisa Lima (Recife/PE), Claudia Rodriguez Ponga Linares (Madrid/Espanha), Desali (BH), Divino Sobral (Goiânia/GO), Jurandy Valença (SP), Larissa Ibúmi Moreira (São João Del Rei/MG), Marco Paulo Rolla (BH), Paula Borghi (SP), Ricardo Basbaum (RJ) e Sofia Bauchwitz (Natal/RN). Um arquivo vivo, o acervo do Hipocampo está em constante expansão: a cada mostra novas peças são incluídas e novos colaboradores são recebidos.
Organizadores do Hipocampo
Maíra Endo vive e trabalha em Campinas. É gestora, editora-curadora e produtora do espaço de arte independente Hipocampo (hipocampo.art.br), articuladora e pesquisadora do CÓRTEX (www.cortex.art.br) e organizadora da Feira Livre de Arte Independente (FLAI), do Circuito Livre de Arte Independente (CLAI) e do Segmento Temático de Artes Visuais de Campinas.
Jurandy Valença é artista visual, curador, jornalista e gestor cultural. Atua na área há mais de 25 anos. Foi diretor adjunto do Centro Cultural São Paulo [CCSP], coordenador geral dos centros culturais e teatros da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e diretor de projetos do Instituto Cultural Hilda Hilst, em Campinas. Atualmente é diretor da Biblioteca Mário de Andrade.
Figura 3: Pós-humanos – Daniela Brilhante Foto: divulgação
Artistas
Ali do Espírito Santo vive, trabalha e estuda em Porto Alegre/RS. Dedica-se à performance, à escrita e à criação de foto-imagens. Foi criador e gestor do projeto Casa Peiro (2015-2017). Dentre suas exposições individuais estão “Odoxê” (2018), na Bronze Residência, e “Nada Explícito” (2019), contemplada pelo edital do IEAVI.
Alvaro Seixas vive e trabalha no Rio de Janeiro. É artista e professor do departamento de Desenho da Escola de Belas Artes, UFRJ. Dentre suas exposições, destacam-se a X Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2015) e o Prêmio Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas (São Paulo, 2015). Foi indicado ao Prêmio Pipa em 2018. www.alvaroseixas.com
Daniela Brilhante mora em Berlim, Alemanha. Trabalha na intersecção entre o design gráfico e as artes visuais. Desde 1997 desenvolve projetos editoriais, expográficos e de identidade visual para o circuito cultural. Participou do 45o Salão de Artes Plásticas de Pernambuco e das exposições Escambo, no SESC Garanhuns, e Latinidades, no SESC Vila Mariana.
Denilson Baniwa, do povo indígena Baniwa, é natural de Mariuá no interior do Amazonas. Vive e trabalha em Niterói, Rio de Janeiro. É artista-jaguar e comunicador do Movimento Indígena Amazônico. Seu trabalho mescla referências indígenas tradicionais e contemporâneas, se apropriando de ícones ocidentais para comunicar o pensamento e a luta dos povos originários.
Irma Brown vive e trabalha no Recife/PE. Artista de trânsito livre. Substantivo feminino plural. Seu trabalho se funde em diversas linguagens. Coordena desde 2009 a Maumau, espaço de resistência e convergência artística. Produtora, ciclista mensageira, artista, atriz, performer. Utiliza como suporte a fotografia e o vídeo principalmente.
JeisiEkê de Lundu vive e trabalha em Salvador/BA. Cria processos artísticos que envolvem cura, memória, ancestralidade e biopolítica, em uma encruzilhada diaspórica sertaneja no litoral. Artista interdisciplinar, trabalha com performance, escultura e microfilmes, escreve, costura e modifica faces com maquiagem e elementos orgânicos ou sintéticos.
Larissa Ibúmi Moreira vive e trabalha em São João Del Rei/MG. É escritora, pesquisadora e feminista negra-interseccional. Realiza pesquisas na área de História da África e dos afrodescendentes no Brasil, além de temas como feminismo negro e identidades de gênero na música brasileira. Lançou o livro “Vozes Transcendentes: os novos gêneros na música brasileira”, Hoo editora (2018).
Lucas Bambozzi vive e trabalha em São Paulo. É artista e curador independente, com trabalhos já exibidos em mais de 40 países. Desde os anos 90 explora novas possibilidades de arte envolvendo meios de comunicação. Foi co-criador do Festival arte.mov e dos projetos Labmovel, Multitude, ALTav, dentre outros. É professor no curso de Artes Visuais na FAAP. www.lucasbambozzi.net www.vimeo.com/bamba
Ricardo Basbaum vive e trabalha no Rio de Janeiro. Dentre suas exposições individuais estão “sistema-cinema: êxtase & exercício” (Galeria Jaqueline Martins, 2018) e “Você gostaria de participar de uma experiência artística?” (Dragão do Mar, Fortaleza, 2018). Participou da documenta 12 (Kassel, Alemanha, 2007). É autor do “Manual do artista-etc” (Azougue, 2013) e professor do Departamento de Arte da Universidade Federal Fluminense.
Tiago Judas vive e trabalha em Ilhabela/SP. Sua produção artística inclui desenhos, objetos e vídeos, além de histórias em quadrinhos. Desde 2000, Judas tem exposto em instituições culturais brasileiras e também expôs trabalhos em países como Alemanha, Áustria, Espanha, EUA e Peru. Em 2007, foi contemplado com o Prêmio Aquisição do 14º Salão da Bahia.
Waléria Américo vive e trabalha entre Fortaleza e Belém. É artista visual e professora de arte. Realizou exposições individuais no Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza (2008); e na Galeria Laura Marsiaj, Rio de Janeiro (2012). Participou do Fuso – Festival de Video Arte no Maat, Lisboa (2016) e do 19o Festival de Arte Contemporânea Sesc Vídeo Brasil, São Paulo (2015).
William Galdino vive e trabalha no Rio de Janeiro. É artista visual, editor da Dodo Publicações e cofundador da Oficina do Prelo, coletivo de publicações e artes gráficas localizado na Gamboa, zona portuária do Rio de Janeiro.
Ficha Técnica da publicação
- Edição-curadoria: Jurandy Valença e Maíra Endo
- Artistas: Ali do Espírito Santo, Alvaro Seixas, Daniela Brilhante, Denilson Baniwa, Irma Brown, Jeisiekê de Lundu, Larissa Ibúmi Moreira, Lucas Bambozzi, Ricardo Basbaum, Tiago Judas, Waléria Américo e William Galdino
- Projeto gráfico: Daniela Brilhante
- Impressão: Printi
Serviço
- Lançamento de publicação do HIPOCAMPO e palestra com Camila Romano
- Data: 22 de julho de 2022, sexta-feira, das 18h às 21h
- Local: Espaço Cultural Marieta (Rua Dona Maria Paula, 96, ap. 2., Centro, São Paulo)
- Capacidade: 40 pessoas
- Entrada gratuita
- Inscrições por meio deste link