Crédito – Pri Fiotti
Dirigida por Elisa Rossin, com interpretação de Gabriel Bodstein e Gabriela Cerqueira, Entre Mundos propõe experiência sensorial, contemplativa e poética sem uso de palavras.
Com narrativa visual, o espetáculo infantil Entre Mundos estreia no Teatro do Sesc Ipiranga no dia 15 de janeiro, domingo, às 11 horas, onde cumpre temporada até 12 de fevereiro, sempre aos domingos no mesmo horário. Haverá sessão extra no dia 25 de janeiro (quarta, às 11h), por ocasião do feriado de aniversário da Cidade de São Paulo.
Com direção de Elisa Rossin, que também assina a criação junto com os atores Gabriel Bodstein e Gabriela Cerqueira, Entre Mundos é uma montagem com máscaras teatrais, sem utilização de palavras, propondo uma experiência sensorial para o público infantil.
No enredo, duas criaturas nascem diante dos olhos do público. São seres embrionários, figuras mascaradas, com formas e tempo próprios. Movidos pela curiosidade, eles descobrem que possuem em si mesmos um misterioso portal que lhes permite transitar por diferentes dimensões. Nessa encantada aventura, eles conhecem lugares inusitados e inesperados como a terra dos dinossauros, o fundo do mar, a agitação de uma grande cidade, a aridez do deserto e o interior escuro de uma caverna, entre outros.
A concepção do espetáculo é calcada na narrativa visual, utilizando a máscara como objeto estético definidor de linguagem, construída pelo jogo de imagens. As máscaras cobrem o todo o rosto dos intérpretes, propondo uma encenação simples, elementar e poética. Sem o uso da palavra falada, busca propiciar aos pequenos espectadores uma experiência teatral contemplativa, sensorial e lúdica, despertando o espírito imaginativo do brincar e tocando em camadas sutis de percepção.
Essa composição teatral visual é estruturada por um roteiro simplificado de ações que remete ao storyboard dos desenhos animados ou à sequência das tirinhas das histórias em quadrinhos. Dessa forma, a dramaturgia é construída em cenas curtas e independentes, que obedecem ao esquema clássico com início-meio-fim. Entre Mundos apresenta uma realidade que é moldável e se constrói como haicais ou pequenos poemas visuais e sonoros. O palco se transforma em matéria imaginária, convidando crianças e adultos a mergulharem nas infinitas possibilidades de ser e estar no mundo.
Sobre a encenação
Ator e atriz vestem as máscaras e as personagens surgem. A narrativa de Entre Mundos vai sendo construída por meio dos gestos, da respiração, dos movimentos coreografados e das ações e reações geradas. O cenário remete a uma página vazia que ganha novos contornos, cores e formas a cada viagem pelo misterioso portal: as mudanças de cenário são feitas na imaginação, dentro das cabecinhas das crianças. Os ambientes por onde as figuras passam são sugeridos por uma divertida trilha musical original (Alex Huszar, Max Huszar e Thomas Huszar), que instaura paisagens sonoras compostas de ambiências, melodias e ruídos.
Esse portal, que transporta os protagonistas aos diversos “mundos”, é representado por uma fita elástica, por onde eles entram e saem das variadas situações. A trilha sonora é quase uma terceira personagem que interage com os intérpretes, situando os espaços e as aventuras numa sensorial experiência. É pelo som que a plateia percebe os ambientes onde as criaturas se encontram e sentem com elas as emoções de cada descoberta. A metrópole aparece nos apitos, ruídos dos carros, barulhos de obras; os dinossauros chegam com seus passos pesados e grunhidos; o deserto traz uma assustadora e divertida ventania; o mar apresenta suas criaturas e ondas; na chuva é necessário se abrigar; o pio da coruja assusta na noite escura; a festa de carnaval contagia com muitos sons, música e dança; e tantas outras surpresas e sensações acometem as personagens e também a plateia.
“Dirigir um espetáculo sem palavras é provocar o imaginário, mergulhar em outras camadas comunicativas, aguçar os sentidos, expandir a compreensão para além do racional”, comenta Elisa Rossin. “Nossa proposta foi usar a máscara sem muito nos preocuparmos com conceitos, regras e definições. Ela é usada mesmo como um embrião, que projeta sobre si muitas possibilidades. As figuras mascaradas se comunicam com o público por uma frequência própria e uma lógica não verbal. É o espírito, a energia da criança que circula dentro delas: inquietas, curiosas, por vezes assustadas, entregues por inteiro no instante do presente”, finaliza a diretora.
FICHA TÉCNICA – Criação e roteiro: Elisa Rossin, Gabriel Bodstein e Gabriela Cerqueira. Direção: Elisa Rossin. Atuação: Gabriel Bodstein e Gabriela Cerqueira. Trilha sonora: Alex Huszar, Max Huszar e Thomas Huszar. Direção de arte: Maria Zuquim. Iluminação: Gabriel Greghi. Preparação corporal: Lívia Seixas. Criação de máscaras: Elisa Rossin e Gabriel Bodstein. Confecção de máscaras: Gabriel Bodstein. Costura: Rita de Cássia e Mônica Rocha. Assistência em costura: Bruna Vizer. Operação de som: Max Huszar. Operação de luz: Gabriel Greghi. Ilustração e design gráfico: Nathália Ernesto. Idealização e coordenação de projeto: Gabriel Bodstein e Gabriela Cerqueira. Produção: Pulo do Gato Produções Artísticas. Realização: Sesc São Paulo.
Serviço
- Espetáculo infantil: Entre Mundos
- Temporada: 15 de janeiro a 12 de fevereiro de 2023
- Horário: domingos, 11h.
- Sessão extra: 25/01 (quarta-feira), 11h.
- Duração: 50 minutos. Recomendação etária: 4 anos. Classificação: livre.
- Ingressos: R$ 25,00 (inteira), R$ 12,50 (meia-entrada) e R$ 7,50 (Credencial Plena Sesc) – Crianças até 12 anos não pagam.
- Ingressos disponíveis no Portal Sesc e nas bilheterias das unidades.
Sesc Ipiranga
- Local: Teatro (200 lugares) – Rua Bom Pastor, 822 – Ipiranga. São Paulo/SP.
- Telefone: (11) 3340-2000.
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