Mariana Santos, que já tinha escrito algumas esquetes, volta aos palcos, após 4 anos dedicados à televisão, assumindo a função de dramaturga em seu primeiro monólogo, SÓ DE AMOR. “O teatro é meu lugar. O processo de escrita é muito instigante. É uma independência artística falar para o público o que realmente quero comunicar”, conta a nova escritora. Completando 20 anos de produção teatral, Rodrigo Velloni, marido de Mariana, estreia como diretor. “Eu e Mari nos conhecemos há sete anos, começamos a namorar e casamos. Toda vez que tínhamos uma diferença de opinião, durante os ensaios, a gente se escutava e chegava a um denominador comum. É um trabalho feito por nós dois, a 4 mãos”. SÓ DE AMOR estreia em 02 de agosto, para uma curta temporada, no Teatro dos 4, Shopping da Gávea.
Malu, a personagem de SÓ AMOR, é uma cantora que está no camarim se preparando para o show. Antes da apresentação, a artista sofre uma crise de pânico, quando revela seus maiores medos, visita o passado e infância. Nos bastidores, bebe e fuma compulsivamente. O texto é marcado pelo humor e quebra da quarta parede, com números de plateia e muita música. Aos 42 anos, Mariana já revelou publicamente que, desde criança, lida com as dificuldades da síndrome do pânico. Apenas a vocação foi capaz de fazer o medo diminuir. “Sofri a vida inteira com isso e foi o teatro que me libertou. Tinha muita dificuldade em sair de casa, mas como a vontade de estar em cena e a necessidade de trabalhar eram maiores, fui levando adiante e vencendo aos poucos os meus fantasmas”, revela a atriz e dramaturga.
Mariana e a diretora musical Fernanda Maia fizeram uma releitura de cantigas de roda, com arranjos e letras originais, que ganharam estrofes sobre solidão, uso excessivo de remédios, frustrações com relacionamentos, ansiedade, enfim, os males do século XXI. Os arranjos ganharam uma roupagem urbana e contemporânea. “O texto determinou a escolha das músicas”, detalha Fernanda. “Escolhi as cantigas de roda porque elas falam de tudo que eu gostaria de falar. A peça tem uma pegada um pouco nostálgica, às vezes volto para a fase da adolescência, da infância e, por isso, achei que elas iam costurar bem o espetáculo”, explica Mariana.