O corpo é o veículo da criação da dupla de artistas dessa intervenção, que mostra como a compatibilidade de pensamentos e valores entre pessoas pode ser traduzida em movimento. “Pelos nossos corpos, expressamos nossas emoções. O contato surge da sintonia de amizade, cumplicidade e companheirismo, de olhar dentro do outro e enxergar o seu próprio eu”, afirma a intérprete Luísa Rodrigues.
A música instrumental, com marcações precisas e momentos de suspense, dá o tom do encontro entre os intérpretes. Tudo começa pela base, no contato das peles com o solo. Depois, manifesta-se no embate entre os corpos, lançados um contra o outro. A dramaturgia reforça a capacidade de entrega e confiança, além da elasticidade e do vigor dos artistas. A montagem segue, então, para movimentações dinâmicas, que mesclam acrobacia, contorcionismo e dança. Formados pela Escola Nacional de Circo do Brasil, com experiência anterior em dança, os dois artistas apostam na união dessas duas linguagens artísticas.