O espetáculo, que tem a assinatura da direção de Murillo Ramos e a dramaturgia de Altemar Di Monteiro, traz em cena uma intensa discussão dialética sobre a criminalização e perseguição da juventude negra das periferias, debatendo também a desmilitarização da polícia brasileira. Dividido em três atos, o espetáculo conta a história de Natanael, uma espécie de anti-herói que nasce na periferia, vive inserido num sistema de opressão e violência e, aos 18 anos, resolve entrar para polícia militar.
Trazemos uma dramaturgia épica, onde o ator narrador é o grande foco, numa espécie de “tragédia afro”, com elementos alegóricos e representativos do universo do movimento negro no Brasil e no mundo, além de múltiplas referências à mitologia dos Orixás.
Para a montagem do espetáculo, o Nóis de Teatro visitou várias comunidades quilombolas do Ceará e do Maranhão, dialogando também com movimentos sociais que pautam as questões da população negra.