Nova criação da Sociedade Abolicionista de Teatro, “Três Pretos: Valor de uso”, com direção de Jose Fernando Peixoto de Azevedo e atuação de Raphael Garcia, Ailton Barros e Lilian Regina. A peça integra o projeto de mesmo nome que, desde setembro, trouxe para o local debates acerca de obras produzidas por autoras e autores negros por meio da atividade Pensamento Negro Brasileiro. Além desses encontros, o projeto também englobou uma residência artística imersiva, paralela ao processo de produção do espetáculo.
A peça remete ao valor como base para a crítica das formas de alienação da vida. Na modernidade, ou, da perspectiva da colônia, preto tem sido reduzido a um valor de troca: o preto escravo, o preto café, o preto petróleo: três fontes de energia e de valor; três tempos de um mundo que avança produzindo ruínas.
Num território conflagrado por lutas milicianas, desertores cavam em busca de um “mar de águas pretas”, fonte de uma riqueza sem fim que traria a todos a “libertação final. A escavação converte-se em espera, e a espera se revela um tempo atravessado por demandas de reparação e salvação, demandas para as quais as tentativas de realização resultam em continuidade e aprofundamento da guerra e suas carnificinas.
Horários: Quintas, sextas e sábados, às 21h. Domingo e feriados, às 18h
Apresentações extra em 20 de janeiro, terça-feira, às 18h.