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Uma Frase para a Minha Mãe

Postado por Redação Instituto Pinheiro em 05/11/2018 - 09:24:43

Com 40 anos de carreira, a atriz e diretora Ana Kfouri conta que, quando conheceu a obra do escritor, poeta e crítico literário francês Christian Prigent, sentiu quase imediatamente uma espécie de chamamento para levar à cena aqueles textos potentes e poéticos. Foi assim que, depois de enveredar pelos universos de Valère Novarina e de Samuel Beckett, a artista elegeu ‘Uma frase para minha mãe’ para dar continuidade à sua pesquisa cênica, que pensa a palavra e o corpo como campos de forças em tensão e em relação.

 

A dramaturgia, que tem toques proustianos ao refletir sobre o despertar para a literatura e o nascimento de um escritor, mobiliza sensações afetivas e corporais ligadas à figura da mãe e à língua materna, envolve afeto, filosofia, pensamento, visão de mundo, política e pesquisa de linguagem.

 

“Prigent é um autor que trabalha fora do campo da representação”, explica Ana Kfouri. “Não há uma condução psicológica do que está sendo dito, então o ator/performer precisa se desapegar de um desejo de entender as palavras, no sentido de colocá-las como algo a ser controlado, decifrado e transferido para o outro (público). E continua: “Através de uma fala potente, poética, respirada, lúdica, desconcertante e rítmica, o desafio do ator é pôr em jogo também a própria linguagem”.

 

O tradutor e adaptador Marcelo Jacques de Moraes fez um recorte do texto integral de Uma frase para minha mãe, um longo “lamento bufo”, como diz o próprio escritor, em que o eu-narrador relata sua descoberta do mundo e da linguagem a partir de sua relação com a mãe. Como define Moraes, “foi na tensão entre o literário e o político, entre a experimentação da linguagem e a experiência do cotidiano, da vida comum, que se inscreveu, desde as primeiras publicações até hoje, a extensa obra de Christian Prigent. Em busca de uma língua, contra a língua, mas com a língua, eis uma fórmula que talvez sintetize com precisão o que seja o trabalho poético de Christian Prigent”.

 

O poeta costuma fazer leituras públicas de seus textos, cuja vocalização explicita o que ele chama de “voz do escrito”, uma espécie de “escultura sonora”, que se dirige ao ouvinte-espectador. “É um texto muito estilizado, com muitas aliterações e rimas internas. Que tem momentos mais fluidos e mais travados, que acelera e desacelera, que alterna momentos mais claros com outros enigmáticos. Tudo isso foi levado em conta na hora da tradução e da escolha do ritmo adequado”, acrescenta Marcelo Jacques de Moraes.

 

Foi a partir de um convite do próprio tradutor que Ana Kfouri conheceu Christian Prigent, durante o Colóquio Internacional Poesia e Interfaces, concebido em homenagem ao escritor, e realizado no Colégio Brasileiro de Altos Estudos, UFRJ, em setembro de 2015. Agora, o desejo é realizar um encontro entre os artistas envolvidos e o público como desafio de experimentarem juntos a palavra potente e desconcertante do autor.

Data: 17/11/2018 até 09/12/2018
Horário: 21:00
Quando: Sábado e Domingo
Valor: R$ 40,00
Site/E-mail: www.ecmsergioporto.com.br
Fonte: Assessoria de Imprensa Racca Comunicações
Local: Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto
Endereço: Rua do Humaitá, 163 - Humaitá
Telefone: (21) 2535-3846

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