Pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, descobriram evidências que reforçam a teoria de que a falta de oxigênio nos oceanos da Terra contribuiu para uma extinção devastadora há aproximadamente 444 milhões de anos. O estudo foi publicado nesta terça-feira (14), na Nature Communications, e ainda indica que essas condições anóxicas (com pouco ou nenhum oxigênio) duraram mais de 3 milhões de anos.
Naquela época, o mundo era um lugar bem diferente: a maior parte dos seres vivos estava nos oceanos, enquanto algumas poucas plantas surgiam na superfície terrestre. A configuração dos continentes também era outra: eles estavam praticamente juntos, formando um único pedaço de terra conhecido como Gondwana.
Tudo ia bem até que o resfriamento da temperatura do planeta tomou conta do globo. Esse fenômeno, junto com a escassez de oxigênio, cujo motivo permanece um mistério, levou à extinção de cerca de 85% das espécies marinhas — e é justamente isso que os pesquisadores de Stanford resolveram investigar.
A equipe se propôs a restringir a incerteza a respeito de onde, nos mares da Terra, havia uma escassez de oxigênio dissolvido, bem como até que ponto e por quanto tempo ela durou. Para isso eles criaram um modelo que incorporou dados de outras pesquisas sobre a presença de isótopos metálicos em sedimentos geológicos, além de considerar novas informações obtidas a partir do solo da Bacia de Murzuq, na Líbia.
Analisando todo esse material, a equipe concluiu que, em qualquer cenário razoável, as quantidades de isótopos de metal nas amostras estudadas só poderia ser explicada pela falta de oxigênio nos ocenanos. “Nosso estudo eliminou grande parte da incerteza remanescente sobre a extensão e a intensidade das condições anóxicas durante a extinção em massa ocorrida há centenas de milhões de anos”, disse o geólogo e principal autor do estudo Richard George Stockey, em comunicado. “Mas as descobertas não se limitam a esse cataclismo biológico.”
Como explicou o especialista, as descobertas têm relevância para analisarmos os oceanos atualmente, pois as mudanças climáticas estão contribuindo para o declínio dos níveis de oxigênio no oceano e nas águas costeiras, um processo que provavelmente significa a destruição de uma variedade de espécies. “Não há como as condições de baixo oxigênio não terem um efeito severo na diversidade”, alertou Stockey.
Fonte: Mega Curioso
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