A energia elétrica é essencial para quase todas as atividades econômicas nos dias atuais, mas para o agronegócio ela tem papel ainda mais vital. Afinal, os produtores podem ter sérios prejuízos caso ocorra alguma falha no fornecimento. Além disso, o custo da energia é um dos principais fatores que oneram o orçamento dos produtores. Por isso, é comum que os gestores do agronegócio procurem alternativas em concessionárias para o fornecimento de energia, tanto em busca de economia, como também para evitar que a eletricidade falte.
“A falta de energia é um problema constante em algumas regiões, principalmente aquelas com linhas de transmissão sobrecarregadas”, explica Jorge Moreno, engenheiro com mais de 20 anos de experiência em projetos de geração de energia e diretor comercial da Tecnogera, empresa que fornece soluções nessa área. Essas faltas causam prejuízos em todos os setores do agronegócio, desde a lavoura, onde os dispositivos de irrigação podem deixar de ser acionados, até a pecuária, na qual uma falha pode levar à morte de animais.
Fornecimento de energia é desafio para o agronegócio
Moreno explica que dentre os setores mais dependentes da energia elétrica está a produção de leite, que precisa da corrente para manter os refrigeradores funcionando. Uma falha no fornecimento pode causar a perda de milhares de litros de leite e impedir o ordenhamento mecanizado das vacas, gerando uma queda na produção desses animais e até mesmo doenças, como a mastite. Na avicultura, por sua vez, as áreas de criação dos frangos costumam ser ventiladas mecanicamente e a falta de energia pode aumentar a temperatura rapidamente, levando à morte de diversos animais.
Em vista disso, muitos produtores rurais, principalmente aqueles que vivem em áreas mais remotas e desassistidas pelas concessionárias, recorrem a fontes alternativas de energia. A mais popular delas são os geradores a diesel.
Embora sejam conhecidos há décadas, novas tecnologias e modelos mais modernos de geradores estão tornando esse tipo de energia mais vantajoso para os produtores rurais. Além disso, as empresas fornecedoras estão trabalhando com novos modelos de negócio (como o serviço de abastecimento de energia) em vez de simples venda das máquinas geradoras.
Um exemplo disso é a Tecnogera, empresa sediada em São Bernardo do Campo, na grande São Paulo. “Os consumidores começaram a perceber que, em vez de adquirir [um gerador], é melhor usar e pagar pelo uso”, afirma Jorge Moreno. Dessa maneira, os clientes pagam uma mensalidade para a empresa — que depende do montante de energia contratado — e esta cuida de toda a estrutura necessária para o fornecimento.
Assim, a instalação dos equipamentos, as manutenções preventivas ou corretivas, a atualização do maquinário e até a troca deles, quando necessária, fica por conta da empresa. Além disso, ela mantém um Centro de Controle Operacional, que acompanha os dados de cada gerador em tempo real para evitar interrupções na transmissão de energia. Essa tecnologia é chamada de telemetria e, segundo Moreno, ela existe para “garantir o alto desempenho com o mínimo índice de falhas”.
Energia solar: alternativa para longo prazo
Além dos contratos de fornecimento de energia de geradores com empresas, outra possibilidade cada vez mais procurada pelos produtores rurais é a energia solar. De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), divulgados pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), mais de 12 mil propriedades rurais no país geram sua própria eletricidade por meio de usinas fotovoltaicas.
Essa alternativa é mais indicada a longo prazo, uma vez que a instalação e manutenção dos equipamentos ficam por conta do produtor. Estima-se que um sistema de geração de energia solar dure de 30 a 40 anos no campo. O trabalho de manutenção mais frequente para manter o sistema funcionando é a limpeza das placas. Isso porque a poeira atrapalha a captação dos raios solares utilizados na geração de energia.
Para facilitar esse trabalho, muitos produtores preferem instalar as placas no chão, e não em telhados. Sendo assim, de maneira geral, a manutenção das usinas fotovoltaicas é mais simples que a de geradores a diesel, que são máquinas mais complexas. As placas fotovoltaicas também não precisam ser reabastecidas com combustível, além de gerarem menos ruídos e poluição, sendo uma alternativa mais sustentável.
A questão é compreender se essa fonte supre as necessidades de energia da propriedade. Embora o céu não precise estar necessariamente limpo e ensolarado para gerar energia solar, ela não está disponível o tempo todo e pode apresentar variações ao longo do dia.
Além disso, é necessário fazer as contas para saber se o investimento para adquirir e instalar a usina compensa a longo prazo. De acordo com a CNA, uma usina com 200 m² de placas fotovoltaicas, que gera quatro mil kW por mês, demanda investimento de cerca de R$ 140 mil. “Quando o consumidor tem opção de escolha, a solução mais indicada é sempre aquela que gera a melhor relação custo-benefício”, pondera o diretor.
Fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Tecnogera.
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