Neste episódio o fotógrafo carioca fala sobre seu processo criativo e como o pensamento pós-moderno expandiu o campo de pesquisa na fotografia contemporânea.
No Olhar apresenta nesta semana a entrevista com o artista visual e fotógrafo carioca Marcos Bonisson. Inquieto, conta que na adolescência descobriu um interesse pelo cinema, mas optou pela Escola de Artes Visuais, que foi essencial para sua formação.
Durante esta época, estudou desenho, gravura no metal, cerâmica e depois de participar de um curso com uma artista de Nova Iorque, despertou para a fotografia. “Houve uma revelação e essa revelação veio de ordem interdisciplinar. Percebi que na fotografia eu podia refletir e me comunicar. Pensar o mundo das linguagens, das experiências em linguagens, através daquele suporte”, explica.
Bonisson entende a fotografia como algo fascinante, mas não acredita no conceito unicamente individual deste tipo de suporte. O artista alega que no pensamento moderno existia esse individualismo entre as categorias e seus meios, no entanto, na pós-modernidade, houve um entendimento de que era necessária uma expansão do campo de pesquisa tornando essa categoria mais hibridizada. Porém, alerta para que a tendência não seja mal interpretada. “Tem que ficar atento a quem pesquisa e quem está no jogo do modismo. No Brasil existe muito modismo e isso é como uma espécie de doença na pele das artes do país”, relata.
O fotógrafo considera que o processo criativo lida com duas questões fundamentais que ele classifica como um binômio importante: a seleção e a combinação. Para ele, um artista tem que saber selecionar e combinar, pois sem essa articulação, não há linguagem verbal, musical, nem mesmo visual que se sustente. “Eu ando sinuosamente pelo mundo. As coisas vão surgindo na minha cabeça e eu tomo nota, tenho ideias e faço listas. Essas listas me norteiam e eventualmente algumas frutificam, outras não”, explana.
Sobre o projeto:
No Olhar é uma websérie que exibe toda semana episódios com os principais fotógrafos e fotógrafas do Brasil. O projeto está em sua segunda temporada e tem apoio da Secretaria da Cultura de Estado do Paraná e Companhia de Energia Elétrica (Copel). As entrevistas têm o desafio de revelar ao expectador uma leitura mais apurada da fotografia e sua linguagem, além de contar de maneira intimista sobre as influências e histórias de vida desses profissionais. Os vídeos com duração de nove a 12 minutos são lançados todas as segundas-feiras no canal Youtube.
De acordo com o diretor da websérie, Tiago Ferraz, a ideia de produzir o No Olhar surgiu da necessidade de encontrar informações sobre fotógrafos brasileiros compiladas em formato documental. “Hoje encontramos muitos tutoriais técnicos, mas ainda existe uma carência em conteúdo sobre linguagem fotográfica e sobre a trajetória dos fotógrafos.
Durante a produção da primeira temporada, percebemos que este projeto ia além de um simples registro e o que tínhamos em mãos era um acervo da memória da fotografia brasileira dos últimos anos”, complementa.
A busca pelo lado humanista dos entrevistados também aparece na contrapartida do projeto. Mais de 100 crianças da rede pública de ensino tiveram a oportunidade de aprender um pouco sobre fotografia, se deixando encantar pela arte, assim como relatou Walter Carvalho, no primeiro episódio. “Essa iniciativa é muito gratificante, pois promove a descoberta de novos talentos nas áreas menos favorecidas da sociedade”, acrescenta Ferraz.
Assista aos vídeos disponíveis desta temporada
1º Episódio – Walter Carvalho
2º Episódio – Simonetta Persichetti
3º Episódio – Tiago Santana
4º Episódio – Ana Carolina Fernandes
5º Episódio – Antonio Guerreiro
6º Episódio – Anna Kahn
7º Episódio – Kazuo Okubo
8º Episódio – Custódio Coimbra
9º Episódio – Bruno Veiga
10º Episódio – Milton Guran
11º Episódio – Rogério Assis
12º Episódio – Flávio Damm
13º Episódio – Marcia Charnizon
14º Episódio – Luiz Garrido
15º Episódio – Paulo Marcos
16º Episódio – Nana Moraes
17º Episódio – Walter Firmo
18º Episódio – Marcos Bonisson
Fonte: Assessoria de Imprensa No Olhar Tv.
Obs: As informações acima são de total responsabilidade da Fonte declarada. Não foram produzidas pelo Instituto Pinheiro, e estão publicadas apenas para o conhecimento do público. Não nos responsabilizamos pelo mau uso das informações aqui contidas.