Uma grande parte das pessoas acredita que tem uns instintos bons e que o melhor a fazer é ouvi-los quando eles estão te apontando para algum lugar ou direção. Contudo, um novo estudo sugere que confiar no seu instinto pode acabar levando alguém a cometer um erro.
De acordo com o levantamento, os chamados pensadores intuitivos são mais propensos a acreditar e compartilhar informações incorretas. A equipe que realizou a pesquisa sugere que o pensamento analítico pode ser uma proteção contra o compartilhamento de desinformação. Eles dizem que isso não tem a ver com intelecto, mas com um esforço consciente para ignorar decisões instantâneas.
“Saber que a confiança na intuição pode ser pelo menos parcialmente responsável pela disseminação da desinformação da COVID-19 dá aos comunicadores científicos pistas importantes sobre como responder a este desafio. Incentivar o ser humano a pensar duas vezes antes de compartilhar pode retardar a disseminação de falsas alegações também”, disse o cientista social Matthew Nurse da Australian National University (ANU), que realizou o estudo.
Pensamento
Além disso, Nurse e seus colegas da ANU previram que as habilidades de pensamento analítico poderiam ajudar as pessoas a enxergarem a desinformação como ela realmente é. Ou seja, imprecisa, enganosa e até prejudicial. Por conta disso, o chamado pensamento intuitivo pode ser, na realidade, um problema.
“Compreender melhor esses preditores de crenças sobre COVID-19 é importante porque as pessoas que acreditam na desinformação sobre o coronavírus são menos propensas a seguir os conselhos de saúde pública projetados para mitigar a propagação desta doença”, escreveu a equipe.
Contudo, o pensamento analítico é um trabalho árduo, lento e deliberado. Enquanto o pensamento intuitivo tende a ser mais rápido e automático. Por conta dessa diferença que substituir as decisões que o indivíduo tem como padrão é uma coisa que exige esforço.
“As pessoas podem voltar ao pensamento intuitivo quando seus cérebros estão cansados. Elas também podem se agarrar a explicações simplistas em vez de decifrar informações complexas em um ambiente caótico”, disse Nurse.
Estudo
Por conta disso, os microssegundos entre a leitura de um título e a decisão de compartilhá-lo é uma janela de tempo crucial para que uma intervenção seja feita. Mesmo que sejam lembretes sutis que façam com que os leitores pensem a respeito da precisão antes de julgar alguma coisa apenas pela manchete. Isso pode melhorar a capacidade de diferenciar fatos de falsidades.
O novo estudo foi feito em maio de 2020 com aproximadamente 740 australianos. Eles viram 10 declarações e foram solicitados a avaliar a precisão de cada uma delas ou dizer se compartilhariam aquelas informações.
Cinco declarações eram falsas a respeito da origem da COVID-19 ou sobre as vacinas. As outras cinco eram mensagens verdadeiras de saúde pública a respeito de como diminuir a disseminação do vírus e proteger os mais vulneráveis.
Observações
As pessoas que tinham uma habilidade analítica mais alta eram menos propensas a classificar as informações a respeito da origem do coronavírus como verdadeiras. Além disso, elas também conseguiam diferenciar melhor quais eram as manchetes reais quando comparadas com as pessoas que deram respostas de forma intuitiva.
As descobertas dessa pesquisa vão de encontro com as de levantamentos anteriores feitos nos Estados Unidos, Reino Unido, Itália e Eslováquia. Os resultados sugerem que os propagadores mais prováveis de desinformação são aqueles que pensam mais com um pensamento intuitivo.
Fonte: https://www.sciencealert.com/why-trusting-your-gut-instinct-isn-t-always-the-best-move
Fonte: Fatos Desconhecidos.
Obs: As informações acima são de total responsabilidade da Fonte declarada. Não foram produzidas pelo Instituto Pinheiro, e estão publicadas apenas para o conhecimento do público. Não nos responsabilizamos pelo mau uso das informações aqui contidas.