Um dos documentários de maior impacto exibidos em forma de série pela Netflix, Wild Wild Country conta a história do guru indiano Bhagwan Shree Rajneesh, conhecido como Osho, que ergueu uma cidade no interior do Oregon, nos Estados Unidos. Até o final deste ano, outra série em formato parecido deverá ganhar o planeta através do mesmo canal de streaming. Trata-se da história do médium goiano João de Deus, que por quatro décadas realizou cirurgias e fez atendimentos espirituais no município de Abadiânia, em Goiás.
Ao contrário da comunidade erguida nos EUA pelo Osho – em que a trama real envolvia planos de assassinatos, manipulação eleitoral e bioterrorismo –, a história de João de Deus estará centrada principalmente nos extremos que separam as supostas curas e as acusações contra ele de assédio sexuais feitas por centenas de mulheres. João de Deus já foi condenado a 20 anos de cadeira e cumpre prisão em regime domiciliar. O médium aguarda outros julgamentos.
A gravação do documentário deu a João de Deus um pouco de tranquilidade financeira. O médium, que tem uma fortuna de 100 milhões de reais, está com os bens bloqueados e reclamava que não tinha dinheiro nem para pagar seus advogados. A empresa Grifa Filmes, que produz o documentário, fechou no final de abril um termo de compromisso com João de Deus e a Casa Dom Inácio de Loyola, que pertence ao médium. Pelo contrato, João de Deus recebeu 70 mil reais adiantados em troca de seus arquivos pessoais. São fotos, documentos e gravações mostrando as curas.
O documentário vai abordar a vida do médium desde a adolescência, quando ele diz ter visto uma imagem de uma santa, que o conduziu para o caminho do curandeirismo. Nestas quatro décadas, João atendeu cerca de dez milhões de pessoas, incluindo ex-presidentes da República, ministros do Supremo e autoridades de diversas esferas do poder político. Na primeira conversa com a produtora, João negou que tenha assediado mulheres. Ele insiste que é inocente.
A Grifa Filmes já levou dois documentários para a lista de 166 títulos pré-indicados ao Oscar em 2018. Um dos documentários é a produção The Cleaners, que conta os bastidores de profissionais que controlam e apagam conteúdos de redes sociais. O outro é Piripkura, que narra a luta pela sobrevivência dos três últimos índios da tribo que leva o mesmo nome. A produtora também é responsável pela estreia de Em Busca das Cobras, para o National Geographic, em que dois especialistas revelam curiosidades sobre os répteis.
Um dos proprietários da Grifa Filmes, Maurício Dias, afirmou que não pode falar sobre a série sobre João de Deus porque tem um contrato de sigilo com a Netflix. O título da série ainda não foi escolhido.
Fonte: VEJA.com
Obs: As informações acima são de total responsabilidade da Fonte declarada. Não foram produzidas pelo Instituto Pinheiro, e estão publicadas apenas para o conhecimento do público. Não nos responsabilizamos pelo mau uso das informações aqui contidas.