Todos nós sonhamos em crescer e trabalhar com o que gostamos. É comum as crianças sonharem em ser modelos internacionais, jogadores de futebol, atrizes, bombeiros, cantores e várias coisas que vemos em alta. Às vezes elas podem até conseguir a profissão que sempre sonharam. Mas se não for o do sonhos, algum trabalho as pessoas têm que ter.
Ele é uma das áreas mais importantes da vida adulta. Por isso, é objeto de estudo de muitos pesquisadores. E uma das perguntas feitas é: como os tipos de funções exercidas pelas pessoas podem influenciar na qualidade de vida e na longevidade?
Para responder essa pergunta, três mil trabalhadores foram acompanhados durante 20 anos. E nesse período tiveram sua saúde mental e taxa de mortalidade acompanhadas. A conclusão que o estudo chegou foi a de que existe uma relação entre funções em que o trabalhador tem pouca autonomia e depressão.
Estudo
Mesmo que o trabalho seja estressante, se a pessoa tem liberdade de tomar decisões, ela tem uma saúde mental melhor. E também uma maior longevidade. Além disso, uma outra descoberta foi feita. As pessoas que tem uma habilidade cognitiva alta, ou seja, aquelas que tem uma facilidade para aprender e resolver problemas, são menos sensíveis às funções intensas. E também sentiam menos efeitos negativos na saúde.
“Demandas de trabalho, que podem ser vistas como experiências estressantes, ferem a saúde mental. E resultam em maior chance de morte quando os trabalhadores não têm recursos para lidar com o estresse. Para lidar com esses fatores de estresse, funcionários precisam de recursos de trabalho adequado. E/ou habilidade cognitiva adequada”, explicou a coautora do trabalho Bethany Cockburn, pesquisadora da Universidade Northern Illinois.
O estudo recomenda que os gerentes e empregadores façam um equilíbrio saudável entre as demandas do trabalho e recursos psicológicos que são oferecidos aos seus funcionários.
Participantes
O estudo foi feito, ao todo, com 3148 voluntários, com média de idade de 44 anos. Todos do estado americano de Wisconsin. Os voluntários foram acompanhados por duas décadas, entre 1995 e 2015. Nesse período eles fizeram vários testes de habilidade cognitiva e de saúde física e mental.
Os pesquisadores pegavam as informações sobre as condições de trabalho dos participantes. Como por exemplo, a quantidade de trabalho, pressão de tempo, se existia uma demanda alta ou média e a quantidade de liberdade que eles tinham para tomar decisões.
Nos 20 anos da pesquisa, 211 participantes faleceram. E a análise dos dados mostrou que as demandas do trabalho estavam relacionadas ao aumento de mortalidade. Por causa da saúde mental ruim. E quando existia pouco controle na função ou quando as habilidades cognitivas eram baixas.
As pessoas que estava nessa condição tinham 70% mais chances de ter depressão. Do que aquelas que tinham um maior controle nas decisões do seu trabalho. Além do que, esse grupo com um índice maior de depressão tinha mais chances de morrer prematuramente.
A co-autora do estudo explica que a autonomia no trabalho e a habilidade cognitiva protegem as pessoas contra os fatores de estresse. Isso acontece porque com uma liberdade e habilidades maiores, as pessoas são capazes de cumprir a demanda do trabalho com menos sofrimento. Essa autonomia também dá as pessoas a possibilidade de reestruturar ou mudar sua função para conseguir cumprir as demandas.
“Ao cumprir os desafios, as pessoas podem experimentar menos estresse por conta da sensação de realização e de autoconfiança. Por outro lado, não ter os recursos para cumprir as demandas desafiadoras do trabalho parece piorar as coisas. Indivíduos têm mais chance de ter uma saúde mental pior e maior chance de mortalidade”, ressalta.
Autonomia e vida longa
Cockburn defende que na hora da contratação o foco deve ser na saúde e no bem-estar do trabalhador. “Contratantes precisam entender que quando eles tomam decisões como manter uma equipe menor que a necessária para o serviço, eles estão colocando em risco a saúde mental e as vidas dos trabalhadores”, alerta.
E se as empresas não conseguirem dar um controle maior na tomada de decisões para os trabalhadores elas devem diminuir as demandas. Para garantir que seus colaboradores não fiquem excessivamente estressados. E se a função for intensa por natureza, é importante que os funcionários tenham autonomia para cumprir seus desafios.
“Para proteger sua saúde física, você deve procurar por empregos que oferecem desafios que você tem as habilidades e recursos para cumprir. Para proteger sua saúde mental, procure por empregadores que valorizem seu bem-estar ao não exigir que você trabalhe em uma função com recursos insuficientes. Que possam resultar em cargas de trabalho muito grandes”, adverte.
Fonte: Inverse
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