Cientistas desvendaram uma inteira população de baleias-azuis pigmeias vivendo escondidas pelo Oceano Índico, as quais conseguiram escapar da detecção humana por décadas apesar de seus tamanhos colossais. Os pesquisadores utilizaram uma matriz de detecção de bomba nuclear subaquática para identificar o som único produzido pelos cetáceos.
A nova população de baleias-azuis foi batizada com o nome científico Balaenoptera musculus brevicauda — uma subespécie menor de baleias que atinge o comprimento máximo de 24 metros. Posteriormente, o grupo foi apelidado de “Baleias de Chagos”, em homenagem a um grupo de ilhas localizadas próximo ao esconderijo dos animais.
Detectores de bombas
A descoberta, que foi fruto de um estudo produzido pela Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), demonstrou a enorme dificuldade para se produzir dados sobre a vida marinha. Em entrevista para o Live Science, a autora Emmanuelle Leroy explicou que as baleias-azuis normalmente são difíceis de serem achadas, o que exigiu grande esforço de sua equipe.
Com o aumento das caças nos mares, as populações de baleias-azuis caíram de 350 mil para apenas 5 mil a 10 mil espécimes no hemisfério sul, segundo o Centro de Diversidade Biológica. As sobreviventes costumam apresentar comportamento solitário e vivem espalhadas por diferentes áreas geográficas.
Portanto, a melhor maneira de estudá-las se tornou por meio do monitoramento acústico. Para isso, a equipe optou por utilizar as matrizes de detecção de bombas nucleares subaquáticas da Organização do Tratado de Proibição de Testes Nucleares Abrangentes (CTBTO) — um grupo internacional que identifica testes nucleares ilegais em alto mar.
Som distinto
Após analisarem os dados coletados com a nova ferramenta, os cientistas notaram um som produzido por baleias-azuis nunca ouvido antes. Como cada subespécie desses cetáceos produz uma música única, o grupo de pesquisadores passou a acreditar estar lidando com uma nova população.
O som das baleias de Chagos possui três seções distintas, sendo a primeira mais complexa e duas outras mais simples. “Este novo canto da baleia tem sido uma parte dominante da paisagem sonora no Oceano Índico Equatorial Central nos últimos quase 18 anos”, explicaram os estudiosos.
Pelo fato da música ser tão marcante nos detectores, foi possível comprovar que os dados apontavam para uma nova população inteira de baleias e não apenas alguns indivíduos solitários. Entretanto, a quantidade de indivíduos exata ainda não foi determinada pelos pesquisadores.
Fonte: Mega Curioso.
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