Já reparou que, embora sejam bastante semelhantes, o teclado numérico da calculadora possui uma disposição de teclas diferente da do teclado do telefone? Por que isso acontece, se eles servem basicamente para a mesma função? A resposta mais simples para esta pergunta é que as tecnologias foram desenvolvidas paralelamente, sem uma influenciar diretamente a outra. Veremos, a seguir, como se deu cada uma delas.

 

 

As teorias para explicar porque as sequências dos números são invertidas vão de restrições tecnológicas até ergonomia, passando por diferenciação proposital por causa de patentes.

 

O primeiro protótipo funcional de teclado para calculadora surgiu em 1844, com o francês Jean-Baptiste Schwilguc. Neste modelo, o teclado numérico possui uma única linha de teclas, que ia de 1 para 9.

 

 

Ainda surgiu uma teoria que sugere que o teclado da calculadora seguiu o padrão das caixas registradoras, afirmando que o 0 ficava embaixo por ser digitado com muita frequência. Entretanto, as primeiras caixas registradoras não possuíam uma tecla 0 separada, nem eram utilizadas constantemente. Apenas em 1894 é que surgiu uma registradora com três colunas de dígitos, com o modelo NCR 79.

 

Antes disso, em 1884, a máquina de fazer cálculos de Dorr Felt, o Comptômetro, já usava dígitos em colunas, mas, aqui, eram 8, partindo do 9 (em cima) para o 1 (embaixo). O fato é que Felt resolveu colocar a coluna do 9 na parte de cima, e o motivo pode ter sido por questões mecânicas do dispositivo, ou mesmo pela forma como a entrada dos valores funcionava.

 

 

Em 1902, a calculadora Dalton introduziu o teclado com 2 fileiras de botões (24579 na parte de cima e 13068 na de baixo). Era a primeira vez que o 0 aparecia num teclado. A Dalton rapidamente substituiu as calculadores multi-colunas.

 

 

Em 1914, o americano nascido na Suécia, David Sundstrand, criou o padrão de 3 colunas e um 0 na parte inferior como o conhecemos hoje. Talvez ele tenha optado por iniciar a contagem de baixo para cima seguindo padrões anteriores, que traziam números menores na parte de baixo.

 

 

No caso do teclado do telefone, a Bell Telephone Company já testava teclados com botões pressionáveis desde 1887. Mas parece que a tecnologia não se desenvolveu o suficiente, e o disco giratório acabou se tornando padrão de mercado.

 

A partir da década de 1950, a demanda por linhas telefônicas passou a crescer de tal forma que os números de telefone precisaram de dígitos adicionais para que não fossem repetidos. Com números telefônicos mais longos, as chamadas não completadas também aumentaram, e os engenheiros da AT&T atribuíram o fato ao layout utilizado na época, que, para eles, tornava a digitação menos eficiente.

 

Em 1960, a AT&T estava para implementar uma nova tecnologia de painel com teclas pressionáveis, portanto realizou um estudo para determinar qual seria o layout preferido pelos usuários, e que adotaria como padrão.

 

 

Ao todo, 15 modelos foram testados, sendo que dois deles se sobressaíram. De forma surpreendente, os usuários preferiram um layout idêntico ao da calculadora, mas com a contagem se iniciando da parte superior. Esse foi o modelo (3 x 3 + 1) escolhido pela AT&T, talvez por ser compacto e versátil.

 

No Reino Unido, o layout com duas linhas (5-5-H) foi adotado, mas supõe-se que foi por questões de patente.

 

 

Hoje, algumas pessoas se perguntam por que os layouts de teclados numéricos não continuaram evoluindo. Eles ainda são utilizados da mesma forma até nos recentes dispositivos touchscreen. Podemos dizer que eles não mudaram, basicamente, porque essas interfaces chegaram em seu nível máximo de otimização e eficiência, além da familiaridade dos usuários com seus formatos.

 

Fonte: Mega Curioso


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