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Liga da Justiça está finalmente entre nós, e enquanto as reações dos críticos sempre são um ponto de polêmica entre os fãs da DC, todos os filmes da editora até agora conseguiram corresponder às expectativas do estúdio nas bilheterias – até agora.

 

Com um primeiro fim de semana de apenas US$ 94 milhões nos EUA, Liga da Justiça, que deveria ser o clímax do universo DC, teve a pior abertura de toda a franquia, fazendo impressionante US$ 20 milhões a menos do que o filme em que tudo começou, O Homem de Aço (2013). Já a segunda semana demonstrou uma queda de 56%, um pouco menos do que os outros filmes da DC, mas não menor o bastante para compensar o resultado abismal na estreia.

 

Mundialmente, o filme se aproxima de US$ 500 milhões após duas semanas em cartaz, mas esse bom resultado internacional pode não ser o bastante para cobrir o desastre de um épico que custou mais de US$ 300 milhões para ser feito, e pelo menos mais US$ 150  milhões para sua campanha de marketing, segundo uma estimativa da Forbes. De fato, considerando que apenas 45% do resultado das bilheterias é revertido ao estúdio, Liga da Justiça precisa chegar aos US$ 900 milhões mundiais para começar a dar lucro para a Warner, um resultado considerado improvável a essa altura do campeonato.

 

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É uma conversa séria, porque pode prejudicar o futuro do universo DC. Se a Warner de fato perder entre US$ 50 e US$ 100 milhões com o fiasco de Liga da Justiça, o rombo nos cofres não vai passar despercebido, e, com a exceção de Aquaman e Shazam, que já estão em produção, os próximos filmes da DC estão em risco de cancelamento, adiamento ou uma drástica redução de orçamento.

 

No entanto, como isso aconteceu? A resposta pode estar na forma como a DC tratou seus personagens até aqui. Batman, Superman, Mulher-Maravilha, The Flash e até mesmo o Aquaman são marcas muito mais conhecidas do público em geral (longe dos meios nerds, é o que queremos dizer) do que heróis como Homem de Ferro, Homem-Formiga ou Capitão América eram antes de serem introduzidos nos filmes da Marvel.

 

No entanto, com os primeiros filmes de seu universo, a DC apostou tanto nessas marcas reconhecíveis que se permitiu criar aventuras para esses heróis que, na realidade, eram “de nicho” ou “de gênero”. Essas expressões, mais usuais em inglês, indicam elaborações mais longe do blockbuster típico de Hollywood, que brincam mais com gêneros “de margem”. Isso é ótimo para produzir grandes filmes com climas diferentes, mas funciona melhor (para os estúdios) quando chega com uma etiqueta de preço menos, como Logan (US$ 100 milhões) ou Deadpool (US$ 58 milhões), acertos em cheio da Fox.

 

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O peso das versões “alternativas” de Batman e Superman que vimos no começo do universo DC foi muito grande para uma parte do público que não é garantida nesses filmes de super-heróis. Falamos daqueles que não são fãs de quadrinhos, ou não colocam como uma “missão de vida” assistir a esses filmes nos cinemas – espectadores comuns, que não sabem cada detalhe do universo cinematográfico e provavelmente nem acompanharam as notícias de problemas na produção de Liga da Justiça, ou nem sabiam da troca de diretores entre Zack Snyder e Joss Whedon.

 

Esse público vai assistir a continuações daquilo que gostaram, e uma boa parte desse público não gostou de O Homem de Aço e Batman vs Superman – embora tenha gostado de Mulher-Maravilha, não foi o bastante para atrair todos eles para o cinema mais uma vez. Quando o que foi feito na primeira vez não te agradou, você não volta para a segunda, ou talvez volte, mas não para a terceira, e por aí vai… Em algum momento, a sequência de decepções é o bastante para fazer o público médio dizer: “Bom, é melhor ficar em casa”.

 

O azar nesse jogo de bilheteria, é claro, é do fã fiel que continuaria assistindo ao DCEU para saber o caminho que seus personagens favoritos iriam tomar, tenha ele gostado do que viu até agora ou não. Com o resultado de Liga da Justiça, é bem razóavel esperar mais confusões, rumores negativos e mudanças criativas dentro da Warner/DC, que dificilmente vai desistir de acertar a mão tão cedo.

 

Fonte: Observatório do cinema


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