Na coluna do mês de abril, discutimos um pouco sobre os nossos vizinhos do Sistema Solar e se eles possuem condições de nos abrigar em um futuro próximo. Infelizmente, a notícia não foi boa. Mas… e se pensarmos realmente fora da caixinha — ou do próprio Sistema Solar: seria possível conquistarmos um novo lar?
A verdade é que, neste exato momento, existem milhares de astrônomos que estão em uma busca incessante por encontrar novos planetas, dentre eles algum que seja bem parecido com o nosso. Esses caçadores de exoplanetas adorariam encontrar um novo planeta desconhecido análogo à Terra, com as mesmas características de habitabilidade: água líquida na sua superfície, uma atmosfera potencialmente respirável, um campo magnético ativo e durável (proteção essencial), uma vizinhança estelar sem grandes ameaças de supernovas esterilizantes e uma distância confortável em órbita estável da sua estrela hospedeira.
A má notícia é que ainda não encontramos nenhum planeta perfeito assim e, na verdade, ainda nem temos toda tecnologia disponível para esse tipo de caracterização tão precisa. Os exoplanetas estão muito distantes de nós e são muito difíceis de serem observados diretamente. Aguardamos as próximas gerações de telescópios terrestres e espaciais para chegarmos mais perto dessa possível descoberta.
E se já é difícil detectar e caracterizar os detalhes desses planetas candidatos a Terra 2.0, imagina ir pessoalmente até lá. Viagens interestelares são ainda ficção científica. Para irmos até a estrela mais próximas de nós, a Próxima Centauri, levaríamos mais de 6,5 mil anos em viagem, supondo a velocidade da sonda espacial mais rápida que existe hoje (é a Parker Solar Probe, que atingirá 692 mil km/h).
Se essa viagem fosse possível, ela seria uma viagem só de ida. Se desse alguma coisa errada no trajeto, dificilmente haveria forma de organizar um resgate a tempo. Fora todos os problemas das radiações perigosas no espaço a que esses viajantes estariam sujeitos. Essa excessiva radiação poderia desencadear uma série de doenças mortais, já que estariam sem a proteção de um campo magnético como o da Terra.
Portanto, ainda estamos muito longe, mas muito longe mesmo, de ter como opção um planeta parecido com a Terra para o qual possamos nos mudar um dia. Se é que isso será possível em algum momento da existência da humanidade. Marte é uma opção decente para exploração, e já tem um papel muito importante para as pesquisas e avanços nesse tipo de operação espacial. Mas a vida por lá, pra quem se dispuser a fazer uma viagem provavelmente só de ida, será muito diferente da que temos no nosso planeta e, possivelmente, muito distinta da que a maioria de nós consideraria uma vida num paraíso.
Já dizia o saudoso astrônomo Carl Sagan: “A Terra é o único lar que conhecemos”, e tudo indica que ainda será assim por um tempo infindável, e que nós mesmos, vivos hoje, escrevendo e lendo esta coluna, jamais chegaremos a conhecer outra opção de planeta para mudança.
Nesses tempos de pandemia, nunca foi tão essencial olharmos para nossa própria história como humanidade e refletir o que estamos fazendo de errado. Aparentemente, é muito difícil que no contexto individual possamos fazer sozinhos alguma grande mudança pra melhor. Mas a boa notícia é que, evitando sair de casa e promovendo o isolamento social, o impacto na diminuição da disseminação da Covid-19 é extremamente importante. Se você pode, por favor, #FicaEmCasa. O paraíso possível para todos nós é aqui mesmo, na Terra, e temos que cuidar do nosso planeta e da nossa civilização. Só assim, poderemos, talvez um dia, saber se existirá uma segunda opção de moradia.
Fonte: Revista Galileu.
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