Em tempos de pandemia de Covid-19 (doença provocada pelo novo coronavírus), os longos períodos passados em casa, somados às incertezas sobre o futuro, podem ser prejudiciais para a saúde mental de pais e filhos. É o que destaca a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em documento voltado às famílias e médicos.
No texto, a entidade aponta os principais focos de tensão doméstica. Com a suspensão das aulas e o fato de os avós não poderem ajudar nos cuidados com os filhos, muitos pais precisam se revezar entre fazer home office, lidar com os afazeres da casa e cuidar das crianças em tempo integral.
Essa bagunça na rotina se junta às preocupações financeiras, saídas restritas e lidar com a quantidade de informações que recebemos diariamente nas redes sociais. O estresse dos pais é sabidamente transmitido para os pequenos, e, em uma situação de pandemia, quando ele é elevado e diário, pode ser tóxico.
Efeitos do estresse tóxico para crianças
Eventos adversos geram a elevação de cortisol e adrenalina, dois hormônios relacionados ao estresse, nos pequenos. Apesar de comandar a resposta do corpo em uma situação de perigo, eles se tornam prejudiciais quando liberados em excesso. Entre as consequências, o risco de prejuízos no desenvolvimento cerebral da criança.
“A curto prazo, pode haver transtornos de sono, irritabilidade, piora da imunidade e medos. Em médio e longo prazo, atrasos no desenvolvimento, transtorno de ansiedade, depressão, queda no rendimento escolar e estilo de vida pouco saudável”, escrevem os autores no documento.
Como manter a saúde mental da família em tempos de quarentena
Felizmente, o estresse tóxico pode ser prevenido mesmo em uma situação desfavorável. Com medidas simples, a família toda pode lidar melhor com a situação. Veja algumas dicas da SBP:
Realizar momentos de diálogo para discutir as atividades prioritárias do dia a dia, necessidades básicas da casa, divisão de tarefas e obrigações. Organizar o horário de trabalho dos pais para divisão dos afazeres.
Conversar com os filhos sobre a situação, com linguagem simples e adequada para cada idade da criança. Forneça as orientações de forma tranquila, para não estimular sentimentos de medo e ansiedade.
Dê abertura para que eles possam expressar seus sentimentos e dúvidas.
Planeje a agenda dos mais velhos junto com eles, procurando organizar horários equilibrados para brincadeira, atividade física, sono e tempo de tela. Não esqueça de intervalos de ócio para que a criança decida sozinha o que fazer.
Manter a rotina de alimentação e ingestão líquidos adequada para cada idade.
Realizar atividades no quintal, na varanda ou locais mais arejados da casa ou apartamento.
Definir horários para uso saudável de telas, evitando ultrapassar os limites sempre que possível. Usar a tecnologia também para fazer videoconferências com os avós, pois vê-los em boa saúde pode tranquilizar as crianças.
Inserir a criança na rotina de tarefas domésticas de acordo com a idade.
Conversar com o filho para que respeite os momentos em que o adulto precisa trabalhar. Uma dica é tentar sincronizar esses períodos de maior concentração com atividades mais tranquilas para os pequenos, como uma sessão de filmes.
Reservar um momento para ver as notícias sozinhos, sem expor a crianças a conteúdos inadequados. Os pais devem repassar os conteúdos necessários a eles em linguagem adequada.
Incluir na agenda pausas durante o dia para que a família esteja unida de forma alegre e prazerosa.
Seja você o modelo de comportamento que espera dos filhos. Ou seja, evite ficar horas grudado no celular, demonstre como lidar com a situação com equilíbrio e mantenha a calma.
Deixe claro que é o momento não é de férias, mas uma situação transitória, que está alterando a rotina.
Fonte: Bebê.
Obs: As informações acima são de total responsabilidade da Fonte declarada. Não foram produzidas pelo Instituto Pinheiro, e estão publicadas apenas para o conhecimento do público. Não nos responsabilizamos pelo mau uso das informações aqui contidas.