Pesquisa publicada no final de abril (30) na revista científica Current Biology descobriu que os ratos-toupeiras-pelados, estranhos mamíferos que demandam pouco oxigênio, dependem do dióxido de carbono para poupar energia e manter sua atividade cerebral intacta.

 

Os ratos-toupeiras-pelados constituem uma das espécies mais estranhas do planeta. Primeiramente, eles não são nem toupeiras, nem ratos. São mamíferos, mas não têm o sangue quente. Essa característica faz com que o animal não seja capaz de regular fisiologicamente sua temperatura e dependa do ambiente para isso.

 

Esse fato chamou a atenção de Dan P. MacCloskey, pesquisador da The City University of New York (CUNY). Ele começou a questionar se poderia haver alguma semelhança dessa característica dos roedores com o fato de crianças humanas não conseguirem regular sua temperatura corporal. Porém, enquanto os humanos logo recuperam a termorregulação, os ratos não conseguem.

 

Dióxido de Carbono

 

Trabalhando em laboratório com uma colônia em cativeiro, os ratos-toupeiras foram submetidos ao ar quente de 42 °C, com baixa concentração de dióxido de carbono. Logo começaram a hiperventilar e ter convulsões, exatamente como os bebês quando estão com febre alta. Além disso, a hiperventilação elimina mais dióxido de carbono.

 

Submetidos às mesmas condições, porém com concentrações de CO2 mais altas e (2,5%) semelhantes aos seus ninhos, as convulsões não aconteceram, assim como foram suprimidas naqueles roedores que haviam sido privados do composto químico por um período de tempo.

 

Tentando entender por que a privação do dióxido de carbono (com a diminuição da acidez sanguínea) desencadeou as convulsões, os autores do estudo cruzaram os resultados com uma pesquisa conduzida por pesquisadores finlandeses que, em 2014, analisaram o papel de uma mutação genética em pessoas de uma família com histórico de convulsões febris.

 

A conclusão dos cientistas foi de que os ratos-toupeiras-pelados mantêm “cérebros de bebês” durante toda a sua vida, utilizando o dióxido de carbono, composto abundante em seus ninhos. Como têm pouca disponibilidade de alimentos, esses roedores usam o CO2 para manter a atividade cerebral sob controle e economizar energia.

 

Além dos desdobramentos para o estudo das convulsões em humanos, a pesquisa ajudou a explicar a evolução dos ratos-toupeiras. O que se percebe é que a atividade gregária desses animais e o seu tipo de organização única tem como objetivo controlar suas convulsões sem muito gasto de energia.

 

Fonte: Mega Curioso


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