Foi durante o assustador, porém encorajador, hiato provocado pela pandemia, que a atriz e cantora Renata Ricci, conhecida de diversos trabalhos nos palcos e na TV, encontrou forças para tirar do papel um desejo antigo do coração: homenagear Carmen Miranda, a estrela que fincou uma bandeira verde e amarela no exterior. Construído há poucas, porém cuidadosas mãos, o espetáculo-show “Pra Você Gostar de Mim”, que faz recortes da vida e obra da famosa luso-brasileira, realiza apresentações gratuitas nos dias 29 e 30 de outubro, às 20hrs, no YouTube.
O projeto, que deriva de uma ideia ainda maior, pensada para celebrar a história das talentosas irmãs Carmen e Aurora, em “As Irmãs Miranda”, previsto para 2022, é fruto de uma conexão antiga, que começou ainda na infância, entre Renata e a dona das mais de 300 canções registradas no Brasil e EUA, e que ganhou força na adolescência, quando a artista passou a se interessar por teatro e conhecer as obras da “Pequena Notável” para o cinema, porém, foi através de um mergulho em sua biografia, que ela descobriu motivos que mereciam os palcos.
“Me apaixonei primeiro por sua figura, depois por sua história. Quando pensava na Carmen, antes de estudá-la, naturalmente me vinha em mente os chapéus e as frutas, mas depois de conhecê-la, penso primeiro nela como uma mulher à frente do seu tempo, muito apaixonada pelo que fez, desbravadora e que abriu caminho não só para as mulheres – ainda que principalmente para elas –, mas para um país. Fiquei anos gestando essa ideia, de fazer algo sobre essa pessoa extremamente carismática e com uma história pessoal incrível”, diz.
Criado para ser apresentado com público presente e em formato de show, o projeto, dirigido por Celso Correia Lopes e Ricci, e com direção musical e arranjos de Reinaldo Sanches, ganhou novos contornos com o texto de Guilherme Gonzales, e precisou ser adaptado para o audiovisual em decorrência do momento atual. Avessa ao conceito do teatro filmado, Renata optou por aderir a um novo formato, com linguagem própria e que se aproximasse mais do cinema, o que resultou em um média-metragem, de 40 minutos de duração.
A história parte de uma passagem da artista pelo Brasil, em 1940, quando foi vaiada pelo público durante um show no Cassino da Urca, levando-a a crer que o motivo era o desgosto do povo brasileiro, em se ver estereotipado em sua representação, mas na verdade, o movimento contrário a ela fora motivado por questões políticas, em função da 2ª Guerra Mundial. Deste ponto em diante, o público acompanha Renata, solo em cena, em um encontro fictício, entre Carmen e um psicólogo, onde ela vai contando e cantando sobre emoções e sensações da estrela, apoiada em canções, por vezes responsivas, como “Disseram que Voltei Americanizada”.
Embalado por hits como “Adeus Batucada”, “Tico-Tico no Fubá” e “South American Way”, o musical, que deve chegar ao palco em 2022 como um monólogo teatral, conta com quatro músicos, Mica Matos, Rayra Maciel, Reinaldo Sanches e Samuel Morales, o visagismo de Anderson Bueno, e o figurino da So Croppeds com toques da própria Renata, que também assina a produção geral junto de Michele Narcizo.
Entre a tela e o palco
Em paralelo ao mergulho na vida de Carmen Miranda, Renata celebra a retomada da Cultura e a reabertura dos teatros abrilhantando o elenco de “Barnum – O Rei do Show”, musical em cartaz no Teatro Opus, em São Paulo, onde pôde resgatar o prazer diferente que é fazer parte de um projeto não realizado e produzido por ela, como os mais recentes “French Kiss” e “Cantrix canta Gil”, que exigem um olhar cuidadoso ampliado e uma versão multitarefa. O musical sobre a vida de P.T Barnum se une à lista de outros títulos do circuito Broadway e Off-Broadway que permeiam a carreira da atriz, como “Sweet Charity”, “Avenida Q”, “Gypsy”, “As Bruxas de Eastwick”, “Xanadu”, “Como Vencer na Vida Sem Fazer Força” e “Forever Young”. Produções brasileiras como “S’imbora, O Musical – A História de Wilson Simonal” e “Hebe – O Musical”, onde deu vida à Lolita Rodrigues, também marcam sua trajetória.
Em meio às cores e movimentos do lúdico universo circense de “Barnum”, com o qual não mantinha relação até então, ela chegou a questionar se ainda saberia “fazer teatro” antes do início dos ensaios, considerando o impacto sentido pela paralisação do Coronavírus, que se estendeu por 18 meses. Mas bastaram os primeiros encontros com colegas e a rotina necessária na construção de um espetáculo, para descobrir que o seu saber estava intacto, e que ainda poderia ir além, enfrentando o medo do desconhecido e encarando aulas de trapézio para entrar em cena como cover da personagem Jenny Lind, uma das mais famosas cantoras do século XIX.
“Está sendo muito bom resgatar esse pedaço de mim, lembrar como era, e em ‘Barnum’, especificamente, pois estamos tendo uma recepção da plateia que, para mim, era inesperada. Então, além de estar voltando para o ao vivo, pós pandemia, é especial estar em um espetáculo que não é qualquer espetáculo, que está muito amarradinho e tem conquistado o público. Desde ‘Avenida Q’ não vejo rostos tão arrebatados e entregues na plateia, e isso é muito gostoso, ver adulto com cara de criança torna tudo muito mais mágico”, finaliza.
SERVIÇO:
Exibições: 29 e 30 de outubro, 20h
Acesso: youtube.com/renatinharicci
Gratuito
Fonte: Assessoria de Imprensa Grazy Pisacane | GPress Comunicação
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