Há muito tempo, o mundo todo discute se a cannabis ou maconha, como é mais conhecida, deve ou não ser legalizada. E este é um assunto que sempre divide opiniões. Por mais que a maconha tenha sido usada durante muito tempo como uma erva medicinal, principalmente com função de analgésico, ela tem seu uso proibido em alguns países. Já que também é utilizada como instrumento de fumo por muitas pessoas.
Mas ela é e foi usada largamente por diversas figuras e culturas. E os cientistas disseram ter encontrado evidências de uso de maconha em um contexto religioso. Essas evidências foram achadas em um santuário do século VIII a.C., em Israel.
Descoberta
Os cientistas escavaram, na década de 1960, o lugar conhecido como “Fortaleza de Tel Arad” fica a noroeste da cidade atual de Arad, ao sul de Israel. É pensado que essa fortaleza pertencia ao Reino de Judá, que foi formado logo depois que o rei Salomão morreu.
Nessa fortaleza foi descoberto evidências de um santuário. E dentro dele existia uma sala cheia de objetos religiosos e dois altares de pedra. E em cima de cada um desses altares foram encontrados aglomerados de matéria orgânica preta. Mas na época em que elas foram encontradas os pesquisadores não conseguiram examiná-las.
E então esse santuário e a matéria orgânica que tinha sido encontrada ficaram “esquecidos” no museu de Israel por quase 50 anos. E depois de décadas os cientistas conseguiram fazer análises químicas nessa matéria orgânica. E eles descobriram que, no altar maior as pessoas estavam queimando incenso. E no altar menor foram identificados traços de tetra-hidrocanabinol (THC), canabidiol (CBD) e canabinol (CBN). Todos esses são produtos químicos que estão presentes na maconha.
Rituais religiosos
Segundo Eran Arie, que é curador arqueológico da Idade do Ferro e do Período Persa no Museu de Israel e principal autor do estudo, essa descoberta foi bastante surpreendente. E ela dá a entender que a maconha era usada em rituais na Judá bíblica. E ela era usa, provavelmente, para evocar algum tipo de “êxtase religioso”.
“O fato de que eles provavelmente estavam trazendo maconha de longe, levando-a para o templo e colocando-a em um altar diferente, é a razão pela qual assumimos que o propósito era êxtase religioso e não outra coisa”, explica.
Arie também ressalta que uma das coisas mais interessantes que o estudo revela é o avanço do campo arqueológico. Já que as amostras das plantas ficaram sem ser identificadas por décadas até que os pesquisadores tivessem novos tipos de análise para submetê-las a elas.
No altar maior, por exemplo, tinham incensos misturados com gordura animal para que a evaporação ficasse mais fácil. E o altar menor tinha sinais de terpenos, que é o produto químico que dá o cheiro à maconha, e esterco animal. Essa mistura era para promover a queima da maconha.
Achado inesperado
Encontrar incenso já era esperado pelos pesquisadores por causa do período histórico. Mas a maconha foi algo inesperado e que conta uma história totalmente nova sobre a vida religiosa do mundo antigo.
No santuário e Arad o contexto dela é bastante claro. Os dois altares ficam em uma área que é acessada por uma escada parecida à que foi encontrada no antigo Templo de Jerusalém. Basicamente, é um espaço tão sagrado que somente um sumo sacerdote israelita pode acessá-lo.
Aire diz que isso não confirma apenas a natureza religiosa da maconha, mas também comprova que o êxtase ou algum tipo de estado religioso da consciência era parte do culto em Judá.
Fonte: Fatos Desconhecidos
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