Ridley Scott não esperava o nível de polêmica em torno de seu novo projeto, Todo o Dinheiro do Mundo – o drama cobre a história real de J. Paul Getty, um dos homens mais ricos do mundo, que inicialmente se recusa a pagar o resgate pedido pelos sequestradores de seu neto.
Acontece que, primeiro, o escândalo de denúncias de assédio contra Kevin Spacey estourou na mídia, fazendo o diretor reescalar o vencedor do Oscar com um outro vencedor do Oscar, Christopher Plummer – e refilmar todas as cenas que já estavam prontas com Spacey.
Depois, relatórios internos com rumores de que Mark Wahlberg teria recebido muito mais por seu papel consideravelmente menor do que a estrela do filme, Michelle Williams, fizeram com que Todo o Dinheiro do Mundo se tornasse simbólico de uma outra luta social em Hollywood.
O filme chega aos cinemas brasileiros nessa quinta (01) já marcado por polêmicas. Confira outros que tiveram trajetória semelhante:
A PAIXÃO DE CRISTO
A versão de Mel Gibson para a história mais famosa de todos os tempos foi polêmica por uma série de questões – mesmo alguns católicos a acharam violenta demais, enquanto judeus reclamaram que o filme era antissemita (e tiveram seus medos confirmados quando o diretor desfilou insultos sobre a fé judaica ao ser preso dirigindo bêbado). Tudo isso antes mesmo do lançamento, já que grupos de ativistas de ambas as fés viram o filme adiantadamente.
EU VOS SAÚDO MARIA
Jean-Luc Godard quis recontar a história da Virgem Maria para um público contemporâneo em 1985, mas seu uso de nudez foi condenado pela imensa maioria dos católicos – incluindo o próprio Papa, em um sermão! Além disso, um homem atirou uma torta na cara do diretor (é sério!) durante o Festival de Cannes, antes mesmo da estreia do filme.
PERDIDOS NA NOITE
Embora tenhas cenas de sexo em abundância, Perdidos na Noite não merecia a classificação indicativa que recebeu em 1969, época de seu lançamento – foi o primeiro longa a ganhar melhor filme no Oscar com a classificação X (estritamente proibido para menores de 18), normalmente reservada para filmes pornográficos. O motivo? Uma cena em que Joe (Jon Voight) recebe sexo oral (simulado e apenas insinuado) de outro homem. Desnecessário dizer que protestos e contra protestos marcaram a trajetória do filme desde o anúncio de sua classificação.
INSTINTO SELVAGEM
Em 1992, as regras quanto a cenas de sexo no cinema já eram bem mais relaxadas, mas a questão dos direitos LGBT continuava polêmica – vide Instinto Selvagem, que enfureceu ativistas lésbicas por seu retrato de uma “mulher lésbica perigosa e predatória”. Protestos tentaram impedir o filme de ser rodado, bloqueando várias locações, e até atrapalharam a bilheteria do filme, entregando folhetos pela rua estragando o final do filme.
O NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO
Lançado em 1915, O Destino de Uma Nação é considerado o primeiro grande épico do cinema americano, com suas mais de 3 horas e enormes (para a época) cenas de ação. No entanto, o filme também faz da Ku Klux Klan, uma notória organização racista e suprematista americana, seus heróis – algo polêmico até para a época, visto que todas as sessões do filme foram protestadas por grupos de ativistas afro-americanos.
O TESTAMENTO DO DR. MABUSE
Fritz Lang era um dos cineastas mais respeitados da Alemanha do século XX, mas nem mesmo ele conseguiu sair impune da censura do regime nazista. O Testamento do Dr. Mabuse, de 1933 (mesmo ano em que Hitler se tornou chanceler alemão) foi banido dos cinemas do país pelo ministro da propaganda, Joseph Goebbels, porque sua história de uma onda de violência assolando uma cidade alemã poderia ser vista como uma metáfora para o autoritarismo.
A ENTREVISTA
Assistindo à comédia A Entrevista, é difícil entender por que ela merece um lugar nessa lista, mas a trama estrelada por Seth Rogen e James Franco enfureceu um ditador e causou um dos maiores escândalos de Hollywood quando um grupo de hackers norte-coreanos invadiu a Sony e liberou vários e-mails comprometedores na internet. Tudo por que o filme trazia Kim Jong-un (Randall Park), líder da nação, em um papel cômico.
HOLOCAUSTO CANIBAL
Com um formato inovados (para o ano de 1980) que colocava o filme como um falso documentário, Holocausto Canibal e suas cenas de extrema violência chocaram tanto os censores, que viram o filme antes do lançamento, que seu diretor Ruggero Deodato chegou a ser preso por assassinato. No entanto, o diretor italiano confirmou que toda a violência foi simulada ao apresentar seus atores no tribunal, vivíssimos – ele fez todos assinarem acordos para não aparecerem publicamente até o lançamento do filme, a fim de manter o mistério em torno da obra.
O IMPÉRIO DOS SENTIDOS
O diretor Nagima Oshima queria criar uma obra de sexualidade à flor da pele, mas os censores japoneses não deixavam. Logo, ele encontrou uma forma de “driblá-los” ao filmar O Império dos Sentidos com equipe toda japonesa, mas enviar todas as cópias para a França, de onde seriam distribuídas mundialmente como uma produção francesa – é claro que a manobra, e as cenas de sexo não-simuladas entre os atores, renderam muita polêmica.
KEN PARK
Larry Clark sempre foi um cineasta cheio de polêmicas – desde sua estreia em Kids, que mostrava personagens adolescentes em situações sexuais. No entanto, Ken Park é seu filme mais explosivo, com várias cenas de sexo com menores de idade, uso de drogas, violência e suicídio – resultado? O filme nunca foi lançado nos EUA.
Fonte: Observatório do cinema
Obs: As informações acima são de total responsabilidade da Fonte declarada. Não foram produzidas pelo Instituto Pinheiro, e estão publicadas apenas para o conhecimento do público. Não nos responsabilizamos pelo mau uso das informações aqui contidas.