Na luta para combater a Covid-19, duas perguntas não querem calar: existe uma vacina capaz de evitar a infecção pelo novo coronavírus? E pessoas que já tiveram a doença desenvolvem imunidade contra ela? Em dois novos estudos publicados nesta quarta-feira (20) na revista Science, cientistas do Centro Médico Beth Israel Deaconess, da Escola de Medicina da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, investigam possíveis respostas.

 

No primeiro estudo, a equipe demonstrou que seis diferentes candidatas a vacinas podem induzir respostas imunológicas, criando anticorpos neutralizantes e protegendo contra o Sars-CoV-2. Os pesquisadores testaram os medicamentos em 25 macacos rhesus e aplicaram um placebo em dez outros animais para que servissem como grupo controle.

 

Segundo os cientistas, três semanas após a vacinação de reforço, as 35 cobaias foram expostas ao novo coronavírus. Os exames de acompanhamento revelaram que os macacos vacinados tinham cargas virais drasticamente mais baixas do que os que receberam o placebo: oito dos 25 animais vacinados sequer apresentaram indícios da presença do Sars-CoV-2 em seus corpos.

 

Além disso, os animais que apresentaram taxas mais altas de anticorpos tiveram níveis mais baixos do vírus. De acordo com os autores, isso sugere que os anticorpos neutralizantes podem ser um marcador confiável de proteção, o que será útil nos testes clínicos de vacinas contra a Covid-19.

 

Anticorpos = imunidade?

 

No segundo estudo, nove macacos foram expostos ao Sars-CoV-2 e tiveram suas cargas virais monitoradas. De acordo com os cientistas, todos os animais se recuperaram e desenvolveram anticorpos contra o novo coronavírus.

 

Os especialistas também avaliaram se as cobaias poderiam contrair a Covid-19 novamente — e o resultado foi animador. Após a segunda exposição ao Sars-CoV-2, os animais demonstraram proteção quase completa, sugerindo que os primatas desenvolvem uma imunidade protetora natural contra o microrganismo.

 

Outra canditada

 

Esta não é a primeira vez que cientistas testam, com sucesso, vacina contra a Covid-19 em macacos rhesus, primatas da espécie Macaca mulatta, que vive em florestas temperadas da Índia, da China e do Afeganistão. No fim de abril, estudo realizado com outro grupo de primatas dessa espérie por pesquisadores chineses também se mostrou bem-sucedido.

 

“Mais pesquisas serão necessárias para abordar questões importantes sobre a duração da proteção, bem como as plataformas de vacinas ideais para proteger os humanos contra o Sars-CoV-2 para humanos”, afirma Dan H. Barouch, autor sênior dos estudos publicados na Science nesta quarta-feira, em comunicado. “Nossas descobertas aumentam o otimismo de que o desenvolvimento das vacinas contra a Covid-19 será possível.”

 

Fonte: Revista Galileu.


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