Hoje é meu décimo dia de quarentena e, enquanto escrevo este texto, conto os minutos para o momento em que poderei desligar o computador. Trabalhando em regime de home office desde o dia 1, tenho passado ao menos seis horas diárias com ele, isso quando não divido a atenção também com o celular, outro fiel companheiro. De certo modo, já estou acostumada com essa intensa conectividade. Afinal, sou parte da Geração Z, aquela que praticamente já nasceu com a cara enfiada nas telas, certo?

 

Mas até nós sabemos (e sentimos) quando ultrapassamos o limite. O que é exatamente o que tem acontecido durante o isolamento. Durante esses dez dias, acompanhei diversas lives no Instagram, bati papo com amigos por meio de chamada de vídeo, participei de reuniões da faculdade e do trabalho via Hangouts. Assisti compilados de bichinhos fofos no Youtube antes de dormir e, ao acordar, fui diretamente aos sites de notícias ver o que havia de novo sobre a pandemia do coronavírus. E, conforme a semana foi passando, aos poucos percebi que essa rotina digital tem me impactado. Mas como exatamente? Para descobrir, conversei com a professora Tânia Cristina Silva Barbieri, psicóloga especialista em Psicologia do Trabalho e saúde do trabalhador, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).

As respostas acenderam de vez um alerta que já piscava no fundo da minha mente: “Todo esse excesso online pode gerar desgastes físicos como problemas de visão, problemas de coluna e lesões por esforço repetitivo” aponta a especialista, explicando que a sobrecarga de informações também é capaz de acarretar ansiedade que, se combinada ao estresse natural que é vivenciar uma pandemia, pode representar um grande golpe na saúde mental de qualquer pessoa.

 

Óbvio que é perfeitamente normal desejar manter contato com amigos e familiares e se informar sobre o que tem acontecido por aí. Mas, assim como em circunstâncias normais às vezes precisamos pisar no freio, durante a quarentena também é fundamental se desconectar do resto do mundo e conectar-se consigo mesmo. Para realizar esse “detox” digital, a psicóloga indica atividades como meditação, alongamentos, cozinhar, cuidar das plantas e organizar armários. “Além de serem ótimas para a mente, elas também ajudam o corpo a movimentar-se. Para quem já tem uma rotina de exercícios, a leitura é ótima alternativa.”

Quanto a quem tem o privilégio de trabalhar em casa, Barbieri recomenda manter pequenos intervalos durante a jornada, alternar a posição diante do computador e, se gostar, ouvir música. “Nos intervalos, aproveite para manter contato com amigos ou parentes, o que pode ajudar a reduzir a ansiedade.” Também vale a pena determinar uma rotina de horários e um local específico para o trabalho, evitando assim cair na armadilha de não saber quando parar.

 

Fonte: Claudia.


Obs: As informações acima são de total responsabilidade da Fonte declarada. Não foram produzidas pelo Instituto Pinheiro, e estão publicadas apenas para o conhecimento do público. Não nos responsabilizamos pelo mau uso das informações aqui contidas.