O mundo de uma família de Santos, no litoral de São Paulo, desabou quando a matriarca Therezinha Lobo, de 87 anos, testou positivo para o novo coronavírus. Por fazer parte de quatro grupos de risco, sua filha Maria do Carmo, de 47 anos, estava muito preocupada e passou 14 noites mal dormidas, até finalmente receber a notícia tão esperada de que a mãe estava recuperada.

 

Além da idade, Therezinha tem hipertensão e problemas cardíacos e na válvula mitral, o que poderia complicar ainda mais o quadro da Covid-19. Ela começou a se sentir mal no dia 8 de maio, com falta de ar, e ligou desesperada para a filha, que estava trabalhando. As duas correram para o hospital, onde a mãe passou por uma bateria de exames e foi colocada em observação.

 

“Ela me ligou dizendo que estava morrendo. Fiquei com medo de chegar em casa e encontrá-la morta. No hospital, fizeram uma tomografia que indicou pneumonia e já iniciaram os cuidados para coronavírus. Depois, o médico disse que ela estava clinicamente bem e que preferia seguir com o tratamento em casa. Conseguimos aparelhos para monitorar a temperatura e a oxigenação dela”.

 

Os dias seguintes foram um verdadeiro tormento, segundo a família. Para confirmar o diagnóstico de Covid-19, Therezinha realizou um exame laboratorial no dia 11 de maio e recebeu o resultado positivo no dia 13. Na data, a filha e o neto também realizaram o teste e confirmaram a doença. Maria conta que passou diversas noites sem dormir, para monitorar o sono e a respiração da mãe.

 

“O exame confirmou aquilo que a gente não queria acreditar. Foi uma choradeira, eu achei que fosse perder a minha mãe, fiquei com muito medo. Para ajudar no tratamento, fazia exercícios respiratórios com ela, colocava para tomar sol no quintal e dava uma alimentação saudável. Agora, ela está totalmente recuperada e eu agradeço a Deus todos os dias. Ele nos abençoou muito, porque a doença passou por nós e não foi avassaladora”.

 

Maria do Carmo revela, ainda, que a mãe é uma verdadeira guerreira. Na juventude, sobreviveu ao sarampo e à coqueluche quando ainda não se tinha muito conhecimento sobre as doenças. Anos depois, quase morreu ao contrair herpes zóster. Mesmo assim, conseguiu vencer o coronavírus. “Ela está toda boba. Virou celebridade e um exemplo de esperança. Ela nunca se abateu e sempre diz que é mais forte do que as doenças”.

 

Contágio

 

Maria não tem ideia de como a família possa ter contraído o coronavírus, uma vez que redobrou os cuidados desde o início da pandemia. Como trabalha em um laboratório da área da saúde, a filha sempre deixa os sapatos no quintal, entrava direto para o banho e lavava seu uniforme separado das outras roupas. Quando precisou ir ao mercado, passou horas higienizando as compras.

 

“Na entrada de casa, tenho sempre um pano com cloro, álcool líquido e álcool em gel. Também não recebemos ninguém da família em casa, por ela fazer parte do grupo de risco. Mudamos completamente os nossos hábitos e, mesmo assim, ela pegou o vírus. Quando eu soube, me senti péssima e impotente, meu mundo caiu. Não temos como saber como ela pegou”.

 

Fonte: G1


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