De acordo com um estudo apresentado por astrofísicos da Universidade de Columbia e da Universidade da Flórida, ambas nos EUA, há vários bilhões de anos, a colisão entre 2 estrelas de nêutrons teria fornecido os ingredientes necessários para a formação o Sistema Solar. Na realidade, a teoria do choque estelar já existia faz tempo – e o objetivo da pesquisa apresentada agora foi o de explorar como, onde e quando exatamente esse evento se deu e avançar com esse conceito.

 

Cápsula do tempo

 

Segundo Nola Taylor Redd, do site Space.com, os astrofísicos examinaram a composição de meteoritos da época em que o Sistema Solar se encontrava em formação em busca de isótopos – variantes de um mesmo elemento químico nas quais o número de nêutrons em seus átomos diferem entre si – que dessem a eles pistas do provavelmente que aconteceu.

 

Os isótopos se formam naturalmente, mas também por meio de processos externos que provocam alterações no núcleo dos átomos. Assim, elementos pesados – como seriam o plutônio, o ouro e a platina, por exemplo – se formam no Universo quando átomos são atingidos por nêutrons e, quando acontece a colisão entre essas partículas, pode ocorrer de os nêutrons (que têm carga neutra) emitirem elétrons (com carga negativa), o que faz com que eles emitam um elétron e se convertam em próton, alterando o átomo original.

 

Esse processo acima apenas acontece quando ocorrem poderosas explosões no Universo, entre elas as supernovas e as fusões estelares e, portanto, foi por isso que os astrofísicos foram investigar a composição dos meteoritos dos primórdios do Sistema Solar. Essas rochas espaciais basicamente funcionam como capsulas do tempo, uma vez que guardam em seu interior elementos e evidências do que ocorreu no passado pelo cosmos – e são os diferentes isótopos que ajudam a recontar a história.

 

Trombada estelar

 

Os cientistas calcularam a quantidade de isótopos radioativos presentes nos meteoritos e compararam os seus resultados com a quantidade e variedade de isótopos que seriam produzidas em decorrência de uma supernova e da colisão de uma dupla de estrelas de nêutrons. Os astrofísicos concluíram que, para que se formassem os elementos detectados, teria sido necessário ocorrer um choque estelar – e os isótopos “contaram” que esse evento teria ocorrido somente 100 milhões anos antes de o Sistema Solar se formar.

 

As informações presentes nos meteoritos também permitiram que os astrofísicos calculassem a distância na qual a trombada aconteceu: mil anos-luz do nosso cantinho no cosmos. E, segundo Nola, os pesquisadores explicaram que pode parecer que uma colisão tendo lugar a uma distância absurda dessas teria pouco impacto aqui para nós, mas, se um evento semelhante ocorresse novamente, ele iluminaria todo o céu noturno aqui na Terra.

 

A única coisa que os astrofísicos não conseguiram determinar foi o local exato onde a colisão entre as estrelas se deu, visto que nos últimos 4,5 bilhões de anos – que é a idade do Sistema Solar –, o Sol não ficou paradinho no lugar. Isso porque, além de orbitar ao redor do centro da Via Láctea, a própria galáxia está se movendo pelo Universo, mas os cientistas ainda esperam encontrar outras estrelas que se formaram a partir da mesma colisão, bem como remanescentes do encontrão para definir o ponto onde ele aconteceu.

 

Fonte: Mega Curioso.


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