No hemisfério norte o espetáculo será mais luminoso, mas os céus do Brasil também serão palco do show que poderá ser visto por boa parte do planeta entre terça e quarta-feira: a chuva de meteoros Líridas, retornando anualmente neste mês. Por aqui, ela será melhor vista nas regiões Norte e Nordeste, com seu ápice às 2h da madrugada do dia 22.

 

Com o isolamento social imposto por conta da pandemia de covid-19, as cidades estão menos brilhantes, o que deve favorecer a observação do fenômeno (não esqueça de apagar as luzes de casa). Na madrugada de terça para quarta-feira, será possível observar de 15 a 20 meteoros por hora (isso no Norte e no Nordeste; no Sul, esse número deve cai para menos de dez).

 

Essa não é a chuva de meteoros mais brilhante do calendário astronômico anual: sua magnitude aparente é de +2 (essa medida astronômica é inversamente proporcional ao número dado; a Lua cheia, por exemplo, tem magnitude de -13). Porém, alguns meteoros mais brilhantes – as chamadas “bolas de fogo das Líridas” – podem cruzar o céu deixando um rastro brilhante e ainda traços de fumaça no firmamento.

 

Os astrônomos recomendam que quem deseja observar a chuva de meteoros que espere a estrela maior da Constelação de Lira, a Vega, “subir no horizonte”. O horário de pico, segundo a NASA, vai acontecer entre as 2h e as 4h30 da madrugada. Será Lua Nova, ou seja, sem seu brilho para empanar o das Líridas.

 

Filhas do Thatcher

 

Toda chuva de meteoros tem um radiante (o ponto de onde elas parecem vir – uma ilusão por conta da sua trajetória paralela à Terra) que lhe dá nome, como as Alfa Centaurídeos (radiante na constelação do Centauro), Eta Aquáridas (radiante na constelação de Aquário) ou as famosas Perseidas (radiante na constelação de Perseus). As Líridas parecem se originar na Constelação da Lira, mas elas são, como no caso de quase todas as chuvas de meteoros, o rastro da poeira deixada por um cometa – nesse caso, o Thatcher (ou C/1861 G1).

 

De acordo com a International Meteor Organization (IMO), os meteoros são atraídos pela força gravitacional da Terra e, ao entrarem na atmosfera, são incinerados, brilhando fugazmente e deixando um rastro brilhante no céu (as populares “estrelas cadentes”). Os pedaços do Cometa Thatcher bombardeiam a atmosfera superior da Terra a 177 mil quilômetros por hora.

 

Ao contrário das Quadrântidas (que ocorrem em janeiro e têm atuação curta no showbiz celestial), as Líridas têm presença regular e constante nos três dias em que surgem no céu. Não é preciso nenhum equipamento para vê-las: apenas paciência e uma ajudinha da internet. Para mais informações, consulte o mapa interativo de meteoros do Time and Date (não esqueça de liberar a sua localização para o site).

 

Fonte: Tecmundo


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