Geofísicos da Universidade de Hokkaido, no Japão, registraram uma raridade: os sons emitidos por narvais, espécie de baleia conhecida por seu “chifre”  — que, na verdade, é um dente, usado como presa, que lhe rendeu o apelido de “unicórnio do mar”.

Com a ajuda de caçadores inuítes, os pesquisadores gravaram zumbidos, chamados e “assobios” que fornecem informações sobre o comportamento dessas criaturas tímidas e misteriosas.

Em geral, esses animais são difíceis de estudar já que passam a maior parte do tempo no fundo do Oceano Ártico. Além disso, os pesquisadores costumam ter problemas para se aproximar, pois os narvais são muito nervosos e tendem a nadar quando são abordados por barcos a motor. Por sorte, os inúites, indígenas esquimós que vive no Ártico, estão familiarizados com as baleias e conseguem se aproximar delas sem incomodar.

A pesquisa, realizada na Groenlândia, se iniciou em julho de 2019, quando os cientistas acompanharam várias expedições de caça para estudar os narvais. Usando microfones subaquáticos acoplados a pequenas embarcações, os cientistas capturaram chamados sociais e sons de exploração, que chegam a 25 metros de distância.

Essas gravações fornecem uma base dos tipos de sons que permeiam o habitat primitivo dos narvais. Os pesquisadores perceberam que os bichos se aproximam mais do gelo das geleiras do que se pensava anteriormente e, ao controrário do que imaginavam, os narvais procuram, sim, por comida no verão.

Outra descoberta relacionada à alimentação foi que, quanto mais os narvais se aproximam da comida, mais rapidamente fazem barulhos — o zumbido, não muito diferente do de uma motosserra, ajuda os narvais a identificar a localização de suas presas.

O estudo foi publicado nesta terça-feira (26), na revista científica da associação Advancing Earth and Space Science (AGU), a Journal of Geophysical Research: Oceans, pelos geofísicos Evgeny Podolskiy e Shin Sugiyama.

 

Fonte: Revista Galileu


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