você leu os quadrinhos da Turma da Mônica, certamente se lembra do caricato personagem Do Contra, que, como já denuncia o próprio nome, era a personificação da psicologia reversa. Se a ideia era fazer com que o Do Contra lavasse a louça, era só dizer que “ok, tudo bem, você nem sabe lavar um copo mesmo”. Batata: lá ia o menino para a pia.

 

Se você já se perguntou se essa tal de psicologia reversa realmente funciona, saiba que é a resposta é: sim. Parte de um fenômeno psicológico chamado “reatância”, a psicologia reversa se fundamenta no fato de que seres humanos são motivados a proteger a própria liberdade.

 

Quando o Do Contra sentia que sua liberdade estava ameaçada, achando que alguém estava tirando dele a sua habilidade de fazer as próprias escolhas, o seu jeito de se defender era fazer o contrário e, dessa forma, mostrar que tinha o domínio sobre suas próprias decisões.

 

 

Essa tal liberdade

A gente quer é liberdade!

 

Saber disso é uma maneira de conseguir com que algumas pessoas façam determinadas coisas, e não há dúvidas de que quem mais usa dos artifícios da psicologia reversa são mães e pais, principalmente no que diz respeito a assuntos como a alimentação dos filhos, a arrumação do quarto, os deveres de casa e por aí vai. A psicologia reversa é, basicamente, tirar vantagem da reatância de uma pessoa.

 

Quando usamos a psicologia reversa em uma pessoa, o que estamos fazendo é ameaçar a liberdade dela e, como ninguém gosta disso, o mais natural é que essa pessoa acabe escolhendo o exercício da própria liberdade.

 

Imagine uma criança que se recusa a comer a salada na hora do almoço. Quando a mãe diz “você não pode comer a salada”, é bem possível que, de uma hora para a outra, a criança abocanhe uma alface, ainda que essa não fosse a sua vontade inicial. Isso acontece pelo simples fato de que dizer que a criança não pode comer a salada faz com que ela se sinta sem liberdade.

 

 

Não é para todos

Tem gente que não cai

 

É preciso levar em conta, logicamente, que a psicologia reversa funciona mais em pessoas sensíveis à reatância. Além do mais, em termos educativos, é sempre bom tentar outros métodos de ensinar uma criança a comer salada – o melhor deles é acostumar os pequenos com alimentos naturais desde as primeiras fases da alimentação e, claro, apostar em pratos coloridos e divertidos.

 

Pessoas irritadas, teimosas e emotivas demais tendem a ser mais propensas à reatância, ou seja: com elas a psicologia reversa funciona melhor. Por outro lado, pessoas mais complacentes e agradáveis tendem a se abalar menos em questão de reatância. Em termos de gênero, sabe-se que homens são mais propensos do que mulheres a caírem em manipulações de psicologia reversa.

 

Já com relação às crianças, que são as maiores “vítimas” da psicologia reversa, vale saber que as faixas etárias mais suscetíveis são entre os 2 e os 4 anos, que é quando os pequenos são mais teimosos e rebeldes. Depois dos 4 anos, que é quando a criança se torna menos propensa a fazer birra, a psicologia reversa vai deixando de fazer efeito.

 

 

Infância, adolescência e vida adulta

 

Chloe <3

 

Quando falamos de crianças, precisamos entender também que elas são cognitivamente menos desenvolvidas, por isso não percebem que seus pais estão usando a psicologia reversa como forma de conseguirem o que querem. Adultos, por outro lado, conseguem identificar quando alguém está tentando aplicar o “golpe”.

 

Depois da infância, outra fase suscetível à psicologia reversa é a adolescência, quando os filhos começam a se revoltar contra os pais e tendem a fazer apenas o contrário do que é pedido.

 

De volta aos adultos, como dissemos, eles geralmente percebem quando estão na mira da psicologia reversa e, muitas vezes, conseguem inverter o quadro para a chamada “reversa psicologia reversa”. Pois é, a mente humana é realmente uma caixinha de surpresas. Você se lembra de já ter usado essa tática psicológica com alguém? Funcionou?

 

Fonte: Mega Curioso 

 


Obs: As informações acima são de total responsabilidade da Fonte declarada. Não foram produzidas pelo Instituto Pinheiro, e estão publicadas apenas para o conhecimento do público. Não nos responsabilizamos pelo mau uso das informações aqui contidas.