Na última semana, pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, começaram a testar em humanos uma vacina para a Covid-19. Estima-se que cerca de 1.110 pessoas participarão do estudo, sendo que metade receberá a fórmula contra o novo coronavírus e a outra parte será o grupo controle, que tomará uma vacina amplamente disponível contra a meningite.

 

A fórmula é baseada na vacina utilizada em chimpanzés para a prevenir a contaminação pelo adenovírus ChAdOx1. De acordo com os cientistas, a glicoproteína spike (ou “de pico”) do novo coronavírus foi adcionada ao material genético de uma versão enfraquecida do microrganismo. O intuito da equipe é promover uma resposta imune do corpo a essa proteína, criando anticorpos capazes de proteger quem foi vacinado de ser infectado pelo Sars-Cov-2.

 

Os participantes receberão um diário eletrônico para registrar quaisquer sintomas experimentados por 7 dias após o recebimento da vacina e serão monitorados por um total de três semanas. Após a vacinação, os voluntários terão de realizar visitas de acompanhamento para que a equipe possa coletar amostras de sangue e revisar as anotações.

 

Para avaliar se a vacina protege contra o Sars-CoV-2, a equipe irá comparar o número de infecções pelo novo coronavírus no grupo controle e no vacinado — por isso, é necessário que um pequeno número de participantes do estudo desenvolva a Covid-19. “Somos as únicas pessoas no país que desejam que o número de novas infecções permaneça alto por mais algumas semanas, para que possamos testar nossa vacina”, afirmou Adrian Hill, um dos pesquisadores, em entrevista ao The New York Times.

 

Contaminação

 

É claro que infectar as pessoas deliberadamente para realizar testes médicos vai contra os princípios éticos da medicina. Sendo assim, o medicamento só pode ser testado em regiões onde a Covid-19 está se espalhando naturalmente.

 

“A rapidez com que atingiremos os números necessários dependerá dos níveis de transmissão de vírus na comunidade”, escreveram os pesquisadores, em declaração. “Se a transmissão continuar alta, podemos obter dados suficientes em alguns meses para ver se a vacina funciona, mas se os níveis de transmissão caírem, isso pode levar até 6 meses.”

 

Para contaminar uma célula, o coronavírus usa a glicoproteína spike para se ligar aos receptores ACE2 presentes na membrana celular do hospedeiro. Uma vez lá dentro, o microrganismo passa a comandar a célula, obrigando-a a replicar seu material genético milhares de vezes. Isso acontece até que, eventualmente, a célula hospedeira fique sobrecarregada e morra, o que provoca uma “inundação” de material genético do vírus no organismo e leva à contaminação de novas células.

 

Fonte: Revista Galileu


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