Você tem 15 minutinhos diários sobrando, além de disposição e disciplina? Então já pode começar a praticar mindfulness, que, em inglês, significa atenção plena. O termo se tornou muito popular nos últimos anos, mas a prática é milenar, já que deriva de tradições orientais que remontam aos primórdios do budismo.

 

“É o estado da mente no qual conseguimos observar tudo o que acontece à nossa volta — o que estamos sentindo e pensando, além de todas as sensações que nosso corpo está percebendo naquele momento”, explica Marcelo Bueno, psicoterapeuta especializado em terapia comportamental e cognitiva e coach pessoal e profissional. “Observamos tudo isso sem julgamentos e com uma postura de aceitação e de abertura. É, basicamente, estarmos presentes no momento e se permitir perceber tudo o que esse momento tem para nos mostrar.”

 

Entusiasta do mindfulness, Bueno dá algumas dicas para quem está interessado em começar a praticar:

1) Não se preocupe tanto com o tempo
O especialista recomenda começar com dois, três, quatro minutos… Ou simplesmente com o tempo que conseguir. “Como toda habilidade que vamos desenvolver, o começo é um pouco mais difícil”, explica Bueno. “É bom começar com um tempo mais curto, porque a ideia é que esse não seja um momento aversivo do dia.” O iniciante pode ir aumentando o tempo de prática até chegar a 15 ou 20 minutos. “É um tempo que pode levar a resultados muito bons.”

 

2) Deixe-se levar pelo pensamento… e depois volte
Quando praticamos mindfulness, nossa atenção se volta ao momento presente. “Mesmo que a mente se desvie para o futuro ou se volta a memórias do passado, a ideia é conseguirmos trazê-la de volta ao presente, focando no que estamos ocupados, na tarefa que estamos realizando — no caso, a respiração”, explica o psicoterapeuta.

 

“Muitas pessoas acham que mindfulness é deixar a mente vazia e não pensar em nada, mas não é bem assim”, explica. Não podemos dizer para nossa mente: ‘Não pense’. Na verdade, o processo natural dela é pensar.” Se deixarmos a mente parada e prestarmos atenção na respiração, a mente resgatará lembranças, preocupações e sentimentos. “Mas estar ‘mindful’ é perceber que se está pensando e trazer a mente de volta, prestando atenção de novo à respiração e ao momento presente. Esse ato de levar e permitir voltar também faz parte do mindfulness.”

 

Especialista dá dicas de mindfulness para iniciantes
3) Prepare o ambiente ideal
O local para se praticar mindfulness deve ser tranquilo, relaxante e com temperatura nem muito quente, nem muito fria. Também é importante que o lugar seja silencioso para evitar dispersão excessiva ou falta de concentração. É possível praticar sentado ou deitado. No primeiro caso, tenha uma almofada para se sentir mais confortável. Caso prefira se deitar, use um colchonete. Certifique-se de que você não será interrompido no meio da prática.

 

4) Reserve um espaço na agenda
“Como todo novo hábito que vamos criar, precisamos de regularidade e disciplina para começar a praticar”, indica o coach, salientando que a prática ideal é diária. Mas, segundo ele, a dedicação vale a pena. “É preciso dar uma chance ao mindfulness. É um voto de fé. Assim como os remédios levam um tempo para fazer efeito, o efeito do mindfulness não vem na hora”, observa. “É um ato contínuo, como um exercício físico — o mindfulness está para a mente como o exercício físico está para o corpo. Dê uma chance que os resultados vêm. Eles levam um tempo, mas vêm”, garante.

 

5) Informe-se sobre a prática
De acordo com Bueno, é interessante encontrar grupos, aplicativos ou livros com os quais o praticante se familiarize, a fim de obter instruções de adeptos mais experientes ou mesmo para tirar dúvidas. Inspire-se para começar assistindo aos vídeos abaixo:

 


Obs: As informações acima são de responsabilidade do organizador e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.