Você consegue imaginar um animal que, ao mesmo tempo, é um mamífero, mas que também é um réptil e uma ave? Difícil, não é mesmo? Mas essa criatura realmente existe. E ele tem pelos de um mamífero, pés de pato como de uma ave, põe ovos e possui veneno como um réptil. Já sabe de qual animal estamos falando? Se você pensou no ornitorrinco acertou em cheio. Esse pequeno animal que vive na Austrália é de longe a criatura mais esquisita e peculiar do mundo.

Que ele era um animal único e diferente, já imaginávamos. Mas depois que pesquisadores mapearam o genoma de um ornitorrinco fêmea, foi possível ter mais certeza disso. A sequência genética desse monotremado (classe de ser vivo que pertence à ordem dos mamíferos australianos, mas que também põe ovos) foi amplamente estudada por pesquisadores. As suas conclusões foram publicadas na revista científica Nature. Confira a seguir, o que torna o ornitorrinco um animal tão especial.

 

O ornitorrinco

O ornitorrinco, que é um mamífero primitivo, vive em tocas cavadas ao longo de rios, no leste da Austrália. O seu corpo plano e aerodinâmico, de aproximadamente 50 centímetros, possui uma cauda na ponta, que parece muito uma raquete de pingue-pongue e quatro pés com membranas entre os dedos. Os seus pés lembram muito os pés de pato.

Além do mais, o Ornithorhynchus anatinus é um dos únicos dois mamíferos existentes – o outro é a equidna – que botam ovos. E diferentemente de qualquer outro mamífero que se tem registro, o ornitorrinco macho pode injetar veneno em outros animais e humanos. Isso através de uma esporra que ele possui nas duas patas traseiras. Não se engane ao achar que ele é um animal inofensivo. Cada um tem o seu mecanismo de defesa, e o dele é bastante perigoso.

“O ornitorrinco é um desmembramento muito antigo da árvore dos mamíferos, portanto a 166 milhões nós compartilhamos o nosso último ancestral com os ornitorrincos”, explica Jenny Graves, uma das pesquisadoras, que é gerente do Comparative Genomics Group, na Universidade Nacional da Austrália. “E isso os coloca em algum lugar entre os mamíferos e répteis, pois eles ainda mantêm muitas características reptilianas que nós perdemos. Por exemplo: eles ainda põe ovos”.

Essas características únicas desses animais podem ser usadas para nos ajudar a traçar uma linha do tempo das mudanças, que ocorreram desde que deixamos de ser répteis. Com a produção de pelos e o surgimento de leite para dar nascimento direto à prole.

 

O estudo

Para o estudo, a equipe de pesquisadores precisava descobrir as relações evolucionárias entre o ornitorrinco e os demais animais. E então, eles compararam o genoma de uma fêmea, apelidada de Glennie, com os genomas dos humanos, ratos, cães e até galinhas. Inclusive, a galinha foi incluída do estudo, para representar os animais que botam ovos. E assim como répteis extintos, eles também passaram muito de seu DNA para o ornitorrinco, no curso da evolução.

Com cerca de 2,2 bilhões de pares de base, o ornitorrinco tem aproximadamente dois terços do tamanho do genoma humano. E eles compartilham mais de 80% dos seus genes com outros mamíferos. Assim como nós humanos, eles também carregam os famosos cromossomos X e Y. Mas ao contrário de nós, nesses animais, eles não são caracterizados como cromossomos sexuais. “Isso significa que nós podemos voltar no tempo em que nossos cromossomos sexuais eram apenas cromossomos comuns”, disse Jenny.

Por fim, os pesquisadores descobriram que o animal tem 52 cromossomos no total, no qual, 10 deles são cromossomos sexuais. E o genoma também incluía seções de DNA, relacionados à capacidade de botar ovos e em outros, a lactação. Uma curiosidade é que os ornitorrincos não possuem mamilos. Ou seja, os seus filhotes “mamam” o leite através da pele abdominal da mãe.

 

Fonte: Fatos Desconhecidos


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