Em 1982, a Atari era uma das mais bem sucedidas empresas de videogames da época. Assim, nos anos 1980, a empresa dominava o mercado e, com isso, havia acabado de pagar US$ 21 milhões pelos direitos da adaptação do mais novo sucesso de Steven Spielberg, o filme “E.T, o Extraterrestre”. Contudo, o que a empresa não esperava é um dos filmes mais queridos da ficção científica fosse se tornar o pior jogo da história dos videogames.

Ao jogar o game pela primeira vez, Spielberg afirmou que não ficou impressionado com o resultado. “Não daria para fazer algo mais como Pac-Man?”, afirmou o diretor do filme. E claro, Spielberg não foi o único que não ficou satisfeito com o título. Para se ter uma ideia, o jogo é considerado um dos motivos que levaram a Atari à falência.

Considerado por muitos, um dos motivos do colapso da Atari

Nos bastidores de produção, um nome se destacou, Howard Scott Warshaw, o programador do jogo. Assim, mesmo tendo trabalho em outros grandes jogos, Howard explica que o processo por trás do título foi bastante conturbado e feito em pouquíssimo tempo.

Em apenas algumas semanas, o jogo estava pronto e o próprio Spielberg foi um dos primeiros a dar o feedback negativo. “Eu fiquei atordoado”, diz Warshaw. “Era Steven Spielberg, um de meus ídolos, sugerindo que eu tinha detonado o jogo. Meu impulso foi dizer: ‘Bem, Steven, você não poderia ter feito algo como “O Dia em que a Terra Parou?”‘, completou o programador.

Na época, Warshaw conta que tinha grande prestígio dentro da empresa. Isso porque, com apenas 24 anos, ele havia acabado de finalizar o jogo baseado no filme “Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida”, também de Steven Spielberg. Desse modo, segundo o diretor, Warshaw era um verdadeiro “gênio”. Porém, diferente do game baseado no filme de 1981, dessa vez, tudo precisava ficar pronto rapidamente e as coisas não saíram como esperado. “Foi o trabalho mais difícil da minha vida”, afirma Warshaw.

O jogo foi feito em apenas 5 semanas

Nos anos 1980, não havia mídia digital. Portanto, a única forma de se adquirir o título era por meio de cartuchos desenvolvidos para o Atari 2600. No entanto, esses cartuchos levavam semanas para ficar prontos e, por conta do lançamento do filme, o jogo deveria chegar às prateleiras no Natal. Para isso, o jogo precisava ficar pronto no dia 1º de setembro. “Isso me dava cinco semanas para fazê-lo! Normalmente seriam seis a oito meses para desenvolver um jogo, não cinco semanas”, afirma Warshaw.

Com o projeto montado, Warshaw mostrou a proposta para Spielberg. “Encontrei-me com Spielberg e mostrei todo o desenho do jogo. Disse a ele: ‘Acho que é muito importante realizarmos algo inovador. E.T é um filme de impacto e precisamos de um game assim'”, afirmou Warshaw.

Depois de entregar tudo no prazo, o jogo foi lançado e vendeu bem no início. No entanto, logo os comentários começaram a surgir. “Era um jogo completo, mas certamente não era perfeito”, afirma Warshaw. “Havia muitas chances de você acabar em uma situação estranha. Isso era difícil e muitas pessoas abandonaram o jogo”, completa o programador.

Após o Natal, a Atari perceber o jogo não iria decolar e muitas cópias foram devolvidas.” O jogo vendeu quase 1,5 milhão de unidades, mas ainda é pouco quando você precisa vender 4 milhões”, afirma Warshaw. Não muito tempo depois, em 1984, a Atari foi vendida e Warshaw tentou outras áreas até se formar como psicólogo.

Hoje, depois de tudo que passou, o programador lembra da história com bom humor. “Eu até prefiro quando pessoas apontam E.T como o pior do mundo, porque eu também fiz Yars Revenge, que é frequentemente citado como um dos melhores. Então, entre os dois, tenho a maior gama de qualquer desenvolvedor na história”, afirma Warshaw.

 

Fonte: Fatos Desconhecidos


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