Uma descoberta feita por arqueólogos da Universidade Tulane, nos Estados Unidos, sugere que, entre tantas inovações surgidas em Roma, a reciclagem pode ter sido uma das técnicas dominadas por essa civilização.

 

Liderados pela arqueóloga Allison Emmerson, pesquisadores analisaram pilhas de destroços e lixo acumuladas ao lado de muros de Pompeia. A princípio, acredita-se que elas teriam sido geradas durante um terremoto que atingiu a cidade em 62 d.C, 17 anos antes da catastrófica erupção do Vesúvio. Ao que tudo indica, no entanto, eles eram propositalmente empilhados em pontos estratégicos da cidade, onde eram vendidos e reutilizados em novas construções.

 

“Descobrimos que parte da cidade foi construída com lixo”, disse Emmerson, em entrevista ao The Guardian. “As pilhas [de lixo] do lado de fora dos muros não eram de materiais para serem jogados fora. Elas estavam ao lado das paredes sendo coletadas e classificadas para serem revendidas para dentro dos muros [da cidade].”

 

Análises de solo

 

Para analisar a movimentação de lixo pela cidade, os pesquisadores analisaram amostras de solos e perceberam que alguns eram mais arenosos, enquanto outros tinham materiais mais orgânicos, dependendo de onde o lixo havia se acumulado.

 

“A diferença no solo nos permite ver se o lixo foi gerado no local onde foi encontrado ou coletado de outros lugares para ser reutilizado e reciclado”, explicou Emmerson ao jonal britânico.

 

Entre os materiais mais reutilizados estavam pedaços de ladrilhos e ânforas quebradas, que eram “escondidas” com pedaços de argamassa e gesso. O material foi utilizado como base de diversas construções da época.

 

Segundo a pesquisadora, os moradores da cidade extinta tinham uma relação diferente com a limpeza do que os arqueólogos do século 19 imaginavam. “Nós tendemos a assumir que coisas desse tipo são universais, mas atitudes em relação ao saneamento são culturalmente definidas, e parece que, em Pompeia, as condutas eram muito diferentes das nossas”, disse ela em 2012, ao Live Science.

 

Ao The Guardian, Emmerson acrescenta: “Na maioria das vezes, não nos importamos com o que acontece com nosso lixo, desde que seja retirado. O que encontrei em Pompéia é uma prioridade totalmente diferente: o lixo estava sendo coletado e classificado para reciclagem. ”

 

Fonte: Revista Galileu


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