Pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, descobriram que a Lua tem suas próprias emissões de carbono volátil — e isso contradiz a antiga teoria de que o satélite não emite elementos do tipo. O estudo foi publicado na Science Advances nesta quarta-feira (06).

 

A descoberta ocorreu graças às observações feitas pela sonda Kaguya, que detectou íons de carbono em quase toda a superfície da Lua. Algumas áreas, como as grandes planícies basálticas do satélite, emitem mais íons de carbono do que outras regiões, como as chamadas “terras altas”.

 

Segundo os especialistas, isso acontece porque as planícies são compostas de material mais jovem: quanto mais antiga a região, mais tempo ela foi exposta ao intemperismo espacial e mais carbono já perdeu. “Nossas estimativas demonstram que o carbono existe em toda a Lua, apoiando a hipótese de uma lua contendo carbono, onde a substância foi incorporada em sua formação e/ou chegou lá bilhões de anos atrás”, escreveram os estudiosos.

 

Os pesquisadores também compararam as emissões de carbono da Lua com estimativas anteriores de quanto carbono deveria existir por lá — e a descoberta surpreendeu os astrônomos. De acordo com eles, nosso satélite natural tem mais dessa substância do que era esperado, e isso os levou a deduzir a existência de carbono volátil.

 

A existência desse carbono volátil coloca em xeque a teoria de formação lunar mais aceita hoje. Segundo essa hipótese, um grande corpo celeste chamado Theia colidiu com a Terra em algum momento nos primeiros anos do Sistema Solar. Um dos destroços desse impacto foi enviado para a órbita terrestre e acabou formando a Lua.

 

Se essa colisão realmente ocorreu como teorizam os astrônomos, os detroços do impacto chegaram a temperaturas altíssimas (cerca de 5700 ºC) — e isso deveria ter vaporizado todo o carbono existente. A descoberta dos especialistas japoneses, entretanto, sugere que as temperaturas geradas pelo impacto podem ter sido muito mais baixas do que se acreditava, o que exigiria uma revisão da teoria de formação da Lua. “Esperamos uma espécie de modificação do modelo de nascimento lunar”, afirmou Shoichiro Yokota, que participou do estudo, segundo a New Scientist.

 

Fonte: Revista Galileu


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