No caso do reino animal, falar sobre raças geográficas consiste em definir grupos de indivíduos que se diferenciem por características adaptadas para determinado tipo de ambiente. No entanto, no caso do ser humano, o conceito foi utilizado com conotação racista, implicando que determinada raça poderia ser superior a outra. Hoje, sabemos que isso não verdade. Porém, nem sempre foi assim. Por isso, hoje, vamos explicar como a ciência provou que não existem diferenças raças humanas.

Características humanas, como a cor da pele e a forma dos olhos, não eram consideradas resultantes de uma seleção do ambiente. Nesse sentido, essas características eram vinculadas à cultura de determinada população, o que resultou em visões preconceituosas que temos até hoje.

Não existe uma “raça” superior

Quem possuía traços europeus, por exemplo, era considerado “superior, equilibrado e bonito”. Além disso, esses traços eram vistos como um reflexo de “inteligência e educação”, que caracterizavam os europeus. Dessa forma, eles se consideravam a raça “suprema”. Por outro lado, traços africanos eram considerados “primitivos e pouco atraentes”. Nesse sentido, esses traços eram vistos como símbolo de uma população “ignorante e incivilizada”, pelo menos, de acordo com naturalistas e antropólogos do século 18.

Olhando para trás na história do mundo, podemos perceber que o colonialismo e a escravidão sempre buscavam apoio científico para justificar o preconceito. Desse modo, uma das primeiras ferramentas para discriminar as diferentes “raças humanas” foi a craniologia. Ou seja, o estudo das características métricas e morfológicas do crânio humano. Aqui, o crânio se tornou parâmetro para determinar a raça de origem de um indivíduo.

Esse sistema, criado por Johann Friedrich Blumenbach, foi estendido a todas as coleções osteológicas europeias no século 18. Assim, com Franz Joseph Gall, nascia a frenologia, que afirmava que a morfologia craniana de determinado indivíduo correspondia a certas características intelectuais. Entretanto, com tempo, frenologia se tornou uma pseudociência. Ou seja, que não é reconhecida pela comunidade científica.

Ao longo da história, foram classificadas 63 raças humanas

O argumento final para desmistificar a teoria de diferentes raças veio em 1972. Assim, Richard Lewontin, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, analisou diferentes proteínas encontradas no sangue de diferentes populações. No entanto, os resultados não apresentaram características significativas do ponto de vista molecular.

Mesmo com mais de 63 raças humanas classificadas ao longo da história, a inconsistência do conceito de raça é perceptível. Isso porque, nunca houveram parâmetros para que, de fato, existisse essa classificação. Assim, em 1994, a Associação Antropológica Americana (AAA) se distanciou desse conceito e logo, ele se tornou obsoleto.

Fazendo um rápido exercício de olhar para a história da evolução, seria incorreto utilizar um conceito de “raça” para diferenciar características humanas. Por isso, a ciência aceitou a existência de uma única raça: Homo sapiens. Além disso, a terminologia do que era usado como “raça” passou a ser considerado “ancestralidade”. Portanto, para se definir as características herdadas dos pais e ancestrais de uma pessoa, utilizamos o termo ancestralidade.

Essa mudança também foi feita porque as características físicas de uma pessoa não estão ligadas a uma área onde ela vive. Mas sim, à questão de ancestralidade. Também podemos citar que a globalização mudou a distribuição de características físicas, ou seja, do fenótipo da pessoa.

Por fim, também lembramos que a ideia de racismo deriva diretamente do conceito de raça e de uma suposta superioridade de determinada raça. No entanto, ainda que muitas pessoas digam o contrário, a ciência pode provar que somos todos da mesma espécie.

 

Fonte: G1


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