O protótipo foi inspirado em sementes de dente-de-leão, uma flor popular na natureza, conhecida pela leveza das suas sementes, que contribui para o processo de fertilização e manutenção de alimentos para pequenos animais e insetos.
Dessa forma, segue com o ciclo natural, preservando as espécies e as florestas.
Pensando na utilidade e praticidade dessa flor, um grupo de cientistas desenvolveu um Aerorrobô Voador Baseado na Montagem de Materiais de Resposta Leve. Essa sigla, em inglês, é FAIRY, que significa fada, nomeando o dispositivo de maneira interessante.
Trata-se do primeiro robô planador feito de materiais leves que respondem à luz. Os desenvolvedores afirmam que apenas 1,2 mg de sementes ou material genético natural poderia ajudar a reduzir a perda de polinizadores, como as abelhas.
Essa é uma situação que vivemos atualmente, e coloca em risco todo o ecoequilíbrio, considerando que a polinização é fundamental para o desenvolvimento de plantas.
Por isso, o robô-fada surge como uma alternativa para ajudar no controle dessa situação.
- Como o robô-fada funciona?
Em explicação, os cientistas que divulgaram esse e outros projetos afirmam que o robô-fada funciona de maneira simples no ar, controlado por um feixe de luz LED que controla suas cerdas. Assim, ele consegue “voar”.
Na verdade, o bot tem peso ultraleve, permitindo que viaje com o vento e seja disperso por grandes distâncias, como acontece com as sementes. O modelo baseado no dente-de-leão pensou exatamente nessa facilidade de atingir novos campos e áreas com a guia do vento.
O microrroboticista Hao Zeng, da Universidade de Tampere, na Finlândia, que participa do projeto, diz que parece ficção científica, mas o experimento se mostrou bem-sucedido, e está pronto para atuar na natureza.
Além disso, existem provas de conceito na pesquisa, que oferece ainda mais confiança no desenvolvimento do robô-fada para que ele siga direções realistas e contribua com a polinização artificial.
- Poros de sementes
Outra característica do robô-fada, além da sua leveza impressionante, são os poros no seu design. Isso ajuda com que ele possa levitar enquanto está no ar, criando seu próprio anel de vértice, como acontece com a semente dente-de-leão.
O efeito que a faz “girar” quando soprada pelo vento, por exemplo, aumenta sua aerodinâmica e garante que possa viajar longas distâncias. É isso que o dispositivo deseja com seus poros e produção ultraleve.
Além disso, sua máquina pode ser ajustada como uma vela de navio, que segue o vento. No entanto, também se destaca porque, mesmo que não precise, ele pode ser pilotado como um drone, por exemplo.
A dupla funcionalidade torna esse experimento atrativo para aplicação na natureza, embora não existam testes concretos sobre como ele viajará, de fato, com os obstáculos naturais, como árvores e animais.
Zeng, um dos autores do artigo que descreve a descoberta publicada na revista Advanced Science, fala que esse foi apenas o primeiro passo rumo às aplicações realistas de polinização artificial. Ou seja, ainda existem muitas etapas pela frente.
Os experimentos mais concretos mostram que a pesquisa está correta e pode ser devidamente implementada, mas ainda precisa de outras avaliações e, claro, de cotar como seria a produção em massa do robô-fada.
Os testes começaram a acontecer em túneis de vento e com luzes laser. Dessa forma, a equipe consegue ver quantas sementes artificiais o dispositivo carrega, quantas se perdem com o vento e como a luz os direciona entre os obstáculos, que seriam as árvores.
A intenção é usar o sol, assim como plantas e abelhas, para se guiar na polinização. Existe muito trabalho até que isso possa acontecer.
- Controle e mais estudos
No momento, os pesquisadores estão procurando formas mais eficientes e precisas de controlar o robô-fada, como ocorrerá seu pouso, e como reduzir o desperdício de sementes. Esses dispositivos também precisam ser biodegradáveis, caso fiquem na natureza, sem reutilização.
Baseando-se nas sementes de dente-de-leão, é necessário que viagem até 100 km em condições quentes, secas e ventosas. O design do FAIRY possibilita isso, pois não tem bateria ou fonte de energia direta, guiando-se por LEDs, ou luz natural.
Caso os pesquisadores consigam resolver os empecilhos, será um impacto considerável na agricultura, além de evitar a perda dos polinizadores devido ao aquecimento global.
Essa ameaça é séria, e coloca em xeque a biodiversidade. No entanto, o robô-fada pode ser a solução mágica para isso, e está mais perto de se realizar do que imaginamos.
Fonte: https://www.fatosdesconhecidos.com.br/entenda-como-funciona-o-robo-fada-que-pode-ajudar-a-preservar-a-natureza/
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