Pesquisadores da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, desenvolveram uma tinta de tecido à base de biomateriais capaz de mudar de cor ao detectar alterações no corpo ou no ambiente ao redor. A descoberta foi compartilhada na edição de maio do periódico científico Advanced Materials.

A tinta é feita à base de seda biologicamente ativada, que pode ser modificada incorporando várias moléculas “mensageiras” capazes de indicar mudanças de pH ou detectar enzimas presentes no suor — e mudanças em ambos esses aspectos podem representar problemas de saúde.

Além das alterações de cores apresentadas pelas tintas poderem fornecer uma indicação visual da presença ou ausência de diferentes substâncias, analisar o pigmento com o auxílio de câmeras também pode ajudar. Segundo os cientistas, as imagens digitalizadas das peças de vestuário ou outros tecidos podem fornece informações ainda mais precisas.

“O uso de novas tintas bioativas com o método de impressão abre oportunidades promissoras para a produção em massa de tecidos macios e usáveis ​​com grande número de sensores que podem ser aplicados para detectar uma variedade de condições”, disse Fiorenzo Omenetto, líder da pesquisa, em comunicado.

Segundo os cientistas, a tinta é formulada para ser utilizada na impressão de tecidos, mas também pode ser aplicada em várias superfícies, como madeira, plástico e papel. “Os tecidos podem acabar em uniformes para o local de trabalho, roupas esportivas ou até mesmo móveis e estruturas arquitetônicas”, afirmou Omenetto.

A nova tecnologia baseia-se em trabalhos anteriores dos mesmos pesquisadores. Antes de desenvolver o novo pigmento, os cientistas criaram tintas bioativas capazes de detectar alterações em placas de Petri, sensores de papel e luvas de laboratório.

“[Combinando o método com uma análise de imagens] poderemos obter um mapa de alta resolução das reações de cores em uma grande área e obter mais informações sobre o estado fisiológico ou ambiental geral”, explicou Giusy Matzeu, que também participou do estudo. “Em teoria, poderíamos estender esse método para rastrear a qualidade do ar ou para o monitoramento epidemiológico.”

Aplicação artística
Laia Mogas-Soldevila, arquiteta da Universidade Tufts, descobriu ainda uma outra função para a nova tecnologia: criar obras artísticas. Ela criou tapeçarias que já foram exibidas em diversos museus nos Estados Unidos e na Europa.

De acordo com a artista, as obras funcionam como telas interativas que permitem ao observador pulverizar diferentes produtos químicos no tecido, modificando-o. “Este é realmente um ótimo exemplo de como arte e engenharia podem se beneficiar e inspirar uma à outra”, afirmou Mogas-Soldevila. “As tintas projetadas abrem uma nova dimensão em tapeçarias e superfícies responsivas e interativas, enquanto a arte da impressão, que tem mais de mil anos, forneceu uma base adequada para a criação de superfícies sensíveis modernas e tecidos de alta resolução.”

 

Fonte: Revista Galileu


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