O bailarino Marcus Moreno e o pianista Manuel Pessôa de Lima fazem duas apresentações de “A Flor da Lua”, trabalho solo que fala da passagem do tempo, usando como metáfora a rara flor de um cacto, que ao desabrochar dura apenas uma noite, na Sala Renée Gumiel do complexo cultural Funarte, neste final de semana, dias 6 e 7 de abril (sábado, às 19h, e domingo, às 18h). A entrada é gratuita.

 

Espécie pouco conhecida, geralmente encontrada em florestas tropicais, a flor da lua é geralmente descrita, por aqueles que tiveram oportunidade de experienciar sua rebentação, pelo perfume intenso e o movimento constante de suas pétalas se abrindo. Um desses relatos, o da artista e ilustradora botânica Margaret Mee, serviu de ignição para a “Flor da Lua”, de Marcus Moreno: “Enquanto eu me postava ali, com a orla escura da floresta ao meu redor, sentia-me enfeitiçada.

 

Então, a primeira pétala começou a se mexer, depois outra e mais outra, e a flor explodiu para a vida”, registrou Mee em sua última expedição à Amazônia, quando finalmente, aos 79 anos, após deixar a prancha preparada, ilustrando o cacto e as folhagens, acolheu a Flor da Lua em sua efêmera existência.

 

Tal como a flor da lua nasce e perdura por uma única noite, a dança, criada em nove breves capítulos – do Prólogo ao Amanhecer -, vai se constituindo no limite entre o visível e o imperceptível no espaço em que o corpo se movimenta, se modifica na ação de dançar e se expande a caminho do encerro.

 

As apresentações fazem parte de projeto contemplado pelo 25º edital do Programa Municipal de Fomento à Dança.

 

A Flor da Lua – Capítulos Breves

 

1 – Prólogo. Do desejo de seguir dançando. Daquilo que antecede o desejo. Pólen.
2 – Universo em expansão. Semente.
3 – Sobre um modo de acolher. Preparo constante. Instante. Folhagem.
4 – Para insistir em brotar.
5 – Orla escura de uma floresta ao meu redor.
6 – Espera. Calma. Canção.
7– A Flor da Lua. Um instante-já.
8 – Mirrar. Esgotar. Desvanecer.
9 – Amanhecer.

 

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Sábado, às 19h; Domingo, às 18h.