A divertida adaptação é inspirada na literatura de cordel e assinada pelo autor e diretor Anderson Oliveira, que investe numa linguagem abrangente, resultado de uma deliciosa mistura do nordeste brasileiro e da Europa medieval e une referências como a trova da comédia francesa e o repente brasileiro. A narrativa aposta no romance lúdico do ponto de vista de três cordelistas do sertão nordestino, sobre desventuras de um encontro improvável entre uma princesa e um príncipe enfeitiçado.

 

O espetáculo narra a história de um príncipe que foi transformado em sapo por uma velha bruxa e se encontro com uma princesinha que nada tem de indefesa e delicada, pelo contrário, é uma moça intransigente e narcisista. O desencontro entre os dois parece certo, logo que tão diferentes, porém eles irão aprender a ver um no outro seus próprios defeitos e qualidades, acima de suas aparências.

 

Desafiada pelo príncipe sapo, a princesa deve vencer sua arrogância e provar que é sensível e agradável, um beijo como prenda promete ser o motivo das desventuras em série. O desfecho para um final feliz não passa exatamente por um “caminho cor de rosa”, onde temos um conto de fadas transformado num pequeno estudo da ironia.

 

As canções, todas de compositores nordestinos como Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Caetano Veloso, foram rearranjadas por Erick Rizental e tem como referência o tom erudito popular do movimento armorial criado por Ariano Suassuna.