Num futuro distópico, o Pai de uma família comum, ao constatar que o Avô começa a ter falhas de memória, o leva para uma consulta na assistência técnica, recebendo o diagnóstico de que não há mais conserto nem troca possível para seu cérebro, cujo fim está próximo. No comércio de órgãos biônicos, o cérebro é o único item que não pode ser trocado, já que contém as características basilares e o controle de todo o resto do corpo. A loja, no entanto, lhe oferece modelos eletrônicos de aparência humana para substituir o Avô. Os mais caros e avançados podem mesmo reproduzir suas feições e há um desconto se o parente a ser substituído for entregue ainda em vida. O Pai, indignado, rejeita a possibilidade e passa a lutar contra o comércio de substituição de pessoas por máquinas, vendo nisso um objetivo para sua vida, até então banal e rotineira. No entanto, nem sua própria Filha ou mesmo o Avô aderem a essa campanha e ele percebe que a sociedade não está interessada nos valores que ele tenta defender. Ao contrário, essas máquinas são uma febre no mercado. Vendo-se numa luta solitária, ele mesmo começa a entrar em colapso e a ter seu cérebro supostamente comprometido.

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