A personagem acorda cedo, pega o metrô para o trabalho e, antes de sair, precisa deixar tudo em ordem e, principalmente, arrumar o nenê (seu filho) para deixá-lo na creche. “Só que para tudo tem horário. Deve chegar na porta da creche antes que feche o portão. Suas coisas já estão em ordem. Porém, as confusões na hora de sair começam por atrapalhar a partir do momento em que não encontra a chave. E a porta está trancada!” Trata-se de uma comédia nitidamente de situação, recheada de gags próprias para palhaços e situações absurdas vão se sobrepondo: a chave some, ela repassa tudo que fez na noite anterior, o nenê chora muito, não pode acordar o papai, o nenê faz coc&! ocirc;, e la precisa trocá-lo, não tem água na torneira, ela aproveita a água da sopinha, coloca queijo ralado no lugar do talco e, assim por diante, atinge um tempo cômico quase chapliniano. “O absurdo do real cresce com a crítica aos patrões, com a péssima qualidade do transporte público, com a briga de casal, com as horas passando, até chegarmos no verdadeiro non sense que, por mais absurdo que seja, faz muito sentido!”, comenta Neyde