Síntese. Simplicidade. Essas são as palavras que definem a obra do artista carioca Rafael Doria que, a partir do dia 9 de abril, apresenta no Dumont Arte Bar, na Gávea, sua exposição, “Frugurativos”, que traz uma parte de sua vasta obra nas mais diversas técnicas e materiais.

 

A representação da figura humana é o suporte para experimentar através do encontro de retas e curvas a criação de espaços vazios que integram o fundo e a figura.

 

O resultado são desenhos minimalistas que chegam fácil aos olhos do espectador, porém, sem serem óbvios à primeira vista. O vernissage acontece às 19h, com entrada franca.

 

Nessa breve exposição Doria apresenta uma pequena porção de seu repertório com duas esculturas grandes em metal e outra em madeira, quatro quadros e duas serigrafias, mostrando a versatilidade de seus desenhos.

 

A ideia é trabalhar com técnicas e materiais que facilitem sua reprodução a acessibilidade ao público.

 

“Esse é um processo que venho fazendo ao longo de dois anos. São figuras desenhadas a mão e depois digitalizadas e transformadas em desenhos vetoriais, que posso amplia-los e reproduzi-los da forma que quiser. Essa é a primeira leva que está sendo reproduzida”, diz Doria.

 

O conceito é justamente simplificar a produção. “São imagens sintéticas, por isso, o nome vem de “frugal”. São figuras que economizam no esforço e na forma e me possibilita produzi-las em série ou sob demanda, de várias maneiras – em madeira, serigrafia, papel, recorte, o que quiser”, explica. Segundo Doria, essas imagens funcionam como um alfabeto, uma matriz que, combinadas, podem ter centenas de desdobramentos e se transformar em outra obra completamente diferente.

 

“Assim, cada imagem mantém sua força original, podendo tornar-se outra obra em um material diferente no futuro”, revela.

 

Apesar de sintéticas FRUGURATIVO não pretende ser óbvia. Pelo contrário. O jogo entre preenchimento e vazio e a ausência de linhas em seu contorno minimiza esforço do olhar, mas atiça a curiosidade do espectador, tentando tira-lo da zona de conforto da observação.