Rebelião – O Coro de Todos os Santos é a segunda peça do projeto A Gente Submersa, trabalho de pesquisa do grupo sobre heranças e descaracterização da cultura e da sabedoria popular pelo esquecimento das raízes que moldaram o brasileiro. Trata da manifestação popular como revide contra seu apagamento, como arma de guerra no combate à intolerância religiosa, à infantilização cultural produzida atualmente e às ingenuidades que aceitam lutas separadas e compartimentadas na sociedade moderna. No enredo, Artura, Cacimba e Ji saem do interior do país com o intuito de salvar o Brasil, devolvendo para Portugal símbolos da colonização. Para cumprirem a missão eles enfrentam os terríveis Arranca-línguas, figuras míticas que encontram durante a viagem.

 

O diretor desabafa: “Esse é o espetáculo ‘de saco cheio’. Saco cheio de insensibilidade, de em cima do muro, de engolir a pobreza de manifestações sociais, políticas e culturais no país de Jorge Amado, Vinícius de Moraes, Nelson Sargento. Saco cheio de dizer que gostamos do que não gostamos, de dar ibope para o que não queremos, de desprezar a cultura do nosso país em prol de uma manifestação rasa. A indústria do entretenimento cria um mundo falso, de barulho ensurdecedor para destruir nossa identidade”. E finaliza: “Teatro não é entretenimento”. Rebelião é a revolta de toda a raiz brasileira que se levanta com direito a protestar contra tudo que não lhe representa nas culturas oferecidas pela mídia. Protagonistas nas três montagens do projeto, Gabriela Morato afirma que o trabalho foi fundamental para sua formação como cidadã e como artista. “A mulher é a própria terra, é a vida. Hoje ela descobriu que pode mudar as coisas e que sua força inspira e transforma. Tive a honra de viver nessa trilogia várias faces e idades da mulher brasileira”.

 

Horários

Sábado às 20h

Domingo às 19h.