A Palavras Projetos Editorias, consolidada no segmento didático, com títulos aprovados no Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD) e liderada pelo editor Cândido Grangeiro, lança no mercado seu primeiro romance gráfico: “Tate Rei, revolta em Paty”, de Eduardo Vetillo, um dos mais tradicionais e conhecidos quadrinistas do Brasil.
O evento de lançamento ocorre no dia 19 de dezembro, quarta-feira, a partir das 18h, na Livraria NoveSete, com a presença do autor, queautografará a obra e desenhará caricaturas do público. Completando a programação, a atriz Penélope Martins, com base no tema central do livro, fará uma narração da história.
Tate Rei, revolta em Paty – A HQ, com 48 páginas e indicada para adolescentes a partir de 12 anos, conduz o leitor a 1838, a região do Rio de Janeiro que concentrava inúmeras fazendas de café, uma das principais riquezas de um país recém-liberto do domínio português.
Como em outras partes daquele Brasil, os africanos escravizados eram a principal força de trabalho, sujeitos a muitos desmandos e maus-tratos. Sobravam no dia a dia tensões e um permanente clima de revolta, que levaram aqueles trabalhadores à rebelião, sob a liderança de Tate Rei.
Desta maneira, o leitor é convidado, quadro a quadro, a mergulhar por um passado de luta e resistência, uma história real que marcou a formação deste Brasil e dos brasileiros. Lançar esse romance gráfico no ano em que o fim da escravidão no Brasil completa 130 anos tem um significado especial, diz o editor Cândido Grangeiro: “é um jeito de a gente lembrar que esse processo de construção da cidadania e da igualdade entre os brasileiros, independentemente da cor da pele, da religião ou do sexo, ainda está por se completar; e a escrita da história, com outras linguagens e abordagens, tem muito a contribuir”.
Técnicas – O livro foi inteiramente concebido em preto e branco, utilizando-se da técnica artística conhecida como “aguada”, com o autor dispensando o computador para elaborar seus traços. “Criei a obra utilizando a técnica da aguada e não em cores por se tratar de um drama muito forte, sobre pessoas que foram escravizadas, torturadas e até assassinadas. Eu não poderia mostrar isto em cores, porque não retrataria o que eu realmente sentia”, analisa Eduardo Vetillo.
Já a pesquisa para a construção da HQ foi profunda e reuniu muitas leituras e observações do trabalho de desenhistas da época em que se passa a história. Desta maneira, a criação de um roteiro a partir do conhecimento aprendido na pesquisa foi fundamental para que a obra pudesse se aproximar dos acontecimentos do nosso passado. “Procurei, por meio de pesquisas, reproduzir a indumentária da época e as expressões e tipos étnicos com base em imagens do tempo da escravidão”, explica o autor.
Paty do Alferes – A região onde a história se desenvolve é familiar ao autor e marcante em sua trajetória. “Por coincidência, passei grande parte das férias escolares na minha infância perto desta fazenda, em Miguel Pereira, a 6 km de Paty do Alferes, por isso já tinha relação com esta região. Anos mais tarde, quando decidi produzir o livro, me veio à memória lembranças de quando ia a cavalo até Paty”, comenta Vetillo.
O autor ressalta ainda que a obra “é um convite para se pensar nessas terras, em sua gente e no futuro que desejamos para cada brasileiro”.
Palavras Projetos Editoriais – Com suas coleções didáticas, a Palavras Projetos Editoriais encontra-se – há mais de uma década – mergulhada no universo infantil e juvenil, do ensino e da aprendizagem. Decidiu, agora, ampliar suas experiências e acrescentar outra porta a este seu mundo: a da literatura para crianças e jovens.
“Literatura e magia andam juntas, alimentando a imaginação, os sonhos, as ideias, os projetos de vida de todo indivíduo. Voltado à formação de leitores, o catálogo da Palavras tem como propósito incentivar as crianças e os jovens a mergulhar pelas culturas que marcam este Brasil e os brasileiros; e levá-los assim a compor um instrumental que possibilite ler, compreender e transformar o mundo que o cerca”, explica o editor Cândido Grangeiro.
Com este mesmo propósito, os livros da Palavras buscam um diálogo permanente com a vigorosa literatura dos povos latino-americanos, reconhecida pela originalidade, a crítica de seus textos, o beber nas antigas tradições do continente. Pretende-se, com isso, traçar proximidades e distanciamentos, reforçar valores e identidades esquecidas no tempo e apagadas por violentos processos de colonização.
A Palavras começou sua trajetória em 2002, como espaço para planejar, desenvolver e gerir soluções para a educação. Quase 15 anos depois, se transformou em uma espécie de coletivo, agregando profissionais das várias áreas do mundo editorial, interessados em solidificar outro caminho do fazer livros escolares.
Atualmente agrega autores, editores, artistas gráficos, revisores, ilustradores, cartógrafos, entre tantos outros trabalhadores ligados a essa imensa cadeia de produção do livro. “É gente desejosa em criar um canal para dialogar com professores, alunos e familiares desta imensa rede tecida em torno do ensino e da aprendizagem, de crianças e jovens do Brasil e do mundo”, comenta o editor.
