A cena já aconteceu com muitas pessoas, e provavelmente você já passou por isso também: Você está andando pela rua, e ocasionalmente encontra alguém que se assemelha muito, muito mesmo com alguém que você conhece, ou até mesmo com você. Há quem diga, de forma informal, que todo mundo tem pelo menos um “clone” perdido em algum lugar do mundo, mas será mesmo que alguém pode ser exatamente igual a você?

 

Se levarmos em consideração que, apesar de serem muitos, o “universo” de genes que definem a aparência são “embaralhados” durante cada gestação, não é impossível pensar que um dia eles possam se repetir. Obviamente, dada a quantidade de variações possíveis, é muito improvável que um dia você conheça alguém exatamente com os mesmos traços que você. Não é tão rara, no entanto, que as pessoas compartilhem algumas semelhanças, principalmente se tratando de características relacionadas à família, origem e etnia.

 

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Diferente do que aconteceu com alguns outros animais durante o processo evolutivo, os seres humanos parecem ter evoluído para uma maior distinção entre seus indivíduos, facilitando o reconhecimento de cada pessoa na sua individualidade.

De acordo Michael Sheehan, professor de neurobiologia e comportamento na Universidade de Cornell, que concedeu entrevista ao portal LiveScience, esta peculiaridade evolutiva pode ter sido extremamente útil para nós, visto que para os seres humanos, o reconhecimento de cada indivíduo pode ser importante para a sobrevivência e para a vida em comunidades. Basta perceber, por exemplo, que nossas faces possuem muito mais características variáveis de indivíduo para indivíduo do que outras partes do corpo.


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Obviamente, se você quiser encontrar alguém muito parecido com você, o ideal seria “restringir” a busca por indivíduos que tenham maior probabilidade de apresentar genes semelhantes aos seus. Teoricamente, neste caso, você precisaria procurar primeiro em sua família, e depois abrir a busca para outros indivíduos pertencentes à mesma etnia que você. Oara se ter uma ideia, os chineses “Han” representam o maior grupo étnico do planeta, e possuem cerca de 1,3 bilhão de indivíduos. Os Hindustani, da Índia, possuem 1,2 bilhão. Teoricamente, se você pertence a uma dessas etnias, você teria uma maior facilidade em encontrar alguém muito parecido com você, mas ainda assim as chances de você achar um indivíduo com exatamente a mesma composição genética que molda a sua aparência é extremamente improvável, ainda que não se possa considerar impossível.

 

Com a globalização e a dissipação de vários grupos étnicos ao redor do mundo, a variedade genética acaba por se expandir ainda mais. No entanto, isso também faz com que você possa encontrar pessoas com características semelhantes às suas em praticamente qualquer lugar do mundo, desde que você tenha sorte.

 

Em entrevista ao LiveScience, Sheehan termina afirmando que caso você tenha um número suficientemente grande de pessoas, ocasionalmente você vai acabar encontrando alguém que se pareça muito com você. Comparando o “pool’ genético a um baralho de cartas extremamente grande, ainda que você tenha possibilidades muito variadas, ocasionalmente você pode obter uma mesma “mão” ao embaralhá-las bilhões e bilhões de vezes.

 

E você, já conheceu alguém extremamente parecido com você por aí?


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