Em 2019, descobriu-se que existem 2,9 bilhões de aves a menos cruzando os céus da América do Norte do que há 50 anosAgora, uma pesquisa mostrou que a janela crítica para evitar um quadro global irreversível de extinções que impactará na sobrevivência da humanidade se fechará em 10 a 15 anos.

“Estamos destruindo a capacidades de o planeta manter a vida, principalmente a humana”, disse o ecologista da Universidade Nacional Autônoma do México e principal autor do novo estudo, Gerardo Ceballos, em entrevista ao jornal New York Times.

Segundo o grupo de trabalho, estamos no meio de uma extinção em massa provocada pelo homem, e de tal maneira acelerada que levará à perda de ecossistemas preciosos para a sobrevivência da humanidade, como os que fornecem água doce, controle de pragas e doenças e a polinização de culturas.

16 mil anos em 20

O colapso virá mais cedo que se previa, com a extinção de pelo menos 500 espécies nos próximos 20 anos. Segundo o levantamento, a taxa anual de extinções excede em muito aquela provocada apenas pela ação da natureza. Nos último século, 543 espécies sumiram no planeta – quase o mesmo número que se espera para as próximas duas décadas e o equivalente às extinções que ocorram naturalmente em 16 mil anos.

“Anualmente, ao longo do século passado, perdíamos o mesmo número de espécies extintas em cem anos. Agora, a perda provavelmente desencadeará um efeito dominó que jogará outras espécies em uma espiral descendente, ameaçando ecossistemas inteiros”, disse Ceballos.

Para saber quantas espécies estão à beira da extinção, eles levantaram dados populacionais de 29.400 vertebrados terrestres junto à União Internacional para Conservação da Natureza (responsável, desde 1963, pela elaboração da Lista Vermelha, um dos inventários mais detalhados sobre o estado de conservação mundial de espécies).

O resultado: 515 espécies (1,7%) estão em grave risco de extinção e têm menos de mil indivíduos restantes; para metade desse grupo, somente restam 250 espécimes ou menos.

Quando os pesquisadores sobrepuseram geograficamente as 388 espécies com mil a cinco mil indivíduos à localização daquelas criticamente ameaçadas, descobriram uma combinação em 84% das vezes – em grande parte, nos trópicos, o que dele levar conservacionistas a considerar espécies com até cinco mil indivíduos restantes também em sério risco de extinção.

“Essas descobertas subestimam grosseiramente o problema pois não levamos em consideração plantas, espécies aquáticas ou invertebradas, e usamos dados de apenas 5% de todos os vertebrados terrestres”, alerta o biólogo especialista em conservação da Universidade de Stanford e coautor do estudo, Paul Ehrlich.

Extinção leva à superpopulação

O pesquisador lembra do pombo-passageiro, espécie endêmica dos EUA e extinta por volta de 1900. A ave era consumidora voraz de sementes, o que limitava o crescimento populacional de espécies como o rato de patas brancas – reservatório natural da bactéria que causa a doença de Lyme.

“Os impactos de sua extinção ainda são sentidos um século após a morte do último pombo-passageiro”, escreveram os pesquisadores no artigo da Science.

As consequências da destruição de habitats e da vida selvagem podem ser sentidas no surgimento de novas doenças, como a covid-19. “A pandemia é um ótimo exemplo de que precisamos entender que o que faremos nos próximos anos definirá o futuro da humanidade”, lembrou Ceballos.

 

Fonte: TecMundo


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