Recentemente, astrônomos do Radiotelescópio Canadense para Experimento de Mapeamento de Intensidade de Hidrogênio (CHIME, em inglês) confirmaram que uma explosão rápida de rádio (Fast Radio Burst — FRB) estava sendo transmitida de forma periódica. Dessa forma, as rajadas de rádio misteriosas poderiam, até mesmo, ser uma tentativa de comunicação com a Terra.

Essas explosões rápidas de rádio são “transientes de rádio brilhantes e milissegundos que se originam de fontes a distâncias extragalácticas, cuja origem é desconhecida”, afirma o estudo publicado na revista Nature. Dessa forma, o sinal vem sendo captado periodicamente a cada 16,35 dias. Sendo assim, esse é o primeiro sinal desse tipo a se repetir regularmente. Com isso, ele vem chamando a atenção de muitos pesquisadores e também, de curiosos.

O sinal das rajadas de rádio é registrado a cada 16,35 dias

Em setembro de 2018, os pesquisadores captaram o sinal pela primeira vez. Desde então, o sinal que vem de uma galáxia há 457 milhões de anos-luz da Terra ficou conhecido como FRB 180916.J10158 + 56. Assim, somente em janeiro deste ano, foram registradas 38 explosões. Isso aconteceu ao longo de 5 dias, em que a FRB emitiu suas rajadas. Depois disso, ela desapareceu novamente por 11 dias, até que foi captada novamente, em ciclos de 16 dias.

Ao investigar a explosão rápida de rádio, uma segunda repetição foi encontrada, a FRB 121102. No caso dessa nova FRB, as rajadas são emitidas durante 90 dias e então, silenciadas por 67. Em seguida, esse novo ciclo se repete a cada 157 dias. “Uma periodicidade na escala de semanas é raramente prevista em teorias propostas anteriormente”, afirmou Dongzi Li, coautora do estudo e astrofísica da Universidade de Toronto, ao site Space.

De acordo com a pesquisadora, há uma possível origem para as FRB. Desse modo, as FRB viriam por meio de uma estrela de nêutrons. Além disso, sua periodicidade seria culpa de uma estrela massiva. Portanto, nesse sistema binário, as estrelas girariam uma ao redor da outra a cada 16 dias. Mas, na Terra, os sinais da estrela de nêutrons só seriam captados quando a companheira estelar não a ocultasse. “Nossos resultados sugerem um mecanismo para modulação periódica da própria emissão de explosão ou através de amplificação ou absorção externa, e desfavorecem modelos que invocam processos puramente esporádicos”, afirma o estudo.

Um buraco negro poderia ser a fonte do pulsar das rajadas

Atualmente, os pulsares são a explicação mais aceita para a origem das FRBs. Desse modo, a ideia substitui o pensamento anterior de que as rajadas, sendo captadas uma única vez até então, seriam consequência de catástrofes estelares, como supernovas, por exemplo. “Algumas fontes de FRB emitem rajadas repetidas, descartando origens cataclísmicas para esses eventos”, afirma o estudo.

Entre outras possíveis teorias, há uma sugestão de que as FBRs se originariam por meio de magnetares. Ou seja, de estrelas de nêutrons com um campo magnético poderosíssimo. Entretanto, essa explicação não pode ser aplicada à FRB 180916.J0158 + 65. Isso acontece porque, os magnetares giram rápido demais para que as rajadas se repitam apenas a cada 16 dias. Dessa forma, a fonte precisaria ser um pulsar, mas que fosse afetado pela força gravitacional de um buraco negro nas redondezas.

 

Fonte: TecMundo


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